sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Quem conta um conto: «O Guardião do Castelo»

"Certo dia, num mosteiro budista, com a morte do guardião foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou todos os discípulos para poder determinar quem seria o novo sentinela. Então, com muita tranquilidade, falou:
- Assumirá o posto o monge que primeiro conseguir resolver o problema que vou apresentar.
Colocou uma magnífica mesa no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, sobre ela, um vaso de porcelana muito raro, de valor inestimável, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse:
- Aqui está o problema!
Todos ficaram admirando aquela cena! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou para todos, dirigiu-se ao centro da sala e... ZAPT... destruiu tudo com um só golpe. Depois retornou ao seu lugar. O mestre sentenciou:
- Você será o nome Guardião do Castelo. Não importa que o problema seja algo belíssimo! Se for um problema, precisa ser eliminado.
Moral da história: Um problema é um problema, mesmo que se trate de algo ou alguém sensacional ou de um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja, ou tenha sido, se não fizer mais sentido, tem de ser suprimido. Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que atualmente só ocupam um espaço inútil em seus corações e mentes. Espaço este indispensável para recriar a vida. Existe um provérbio oriental que diz mais ou menos assim: "Para poder beber vinho numa taça cheia de chá, é preciso antes jogar o chá fora"
Ou seja, limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários, até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido... O passado serve como lição, como experiência, como referência. Serve para ser lembrado e não revivido. Use as experiências do passado no presente, para construir o seu futuro. Necessariamente nessa ordem!".

E assim, aproximando-se o final do ano, quem sabe este não seja um exercício importante para se fazer? Conto este conto porque, há tempos atrás, depois de lê-lo resolvi fazer uma faxina a sério, joguei imensas coisas fora, coisas que só ocupavam espaço desnecessário, e abri o coração para o que veio de novo e bom. Sempre, todos os anos, por volta desta época natalícia releio-o e refaço a limpeza das gavetas, armários e da vida. O desapego é uma coisa que ainda me custa, mas depois constato que, de facto, não há espaço para tudo.
 
Pensem nisto, neste fim de semana! 

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