segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Na clandestinidade

O Sábado passado, dia 28 de Setembro, foi marcado como o Dia Latino-Americano de Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto. Sobre isto, vou falar de forma direta: 

Como mulher (neste caso, também como brasileira) e como mãe, não posso estar de acordo com a realização do aborto como algo naturalmente aconselhável, como um método contraceptivo; mas também não o vejo, como entendem alguns, como o simples ato de "matar criancinhas". Como jurista (neste caso, também como mulher), luto pelo cumprimento dos direitos consagrados internacional e constitucionalmente, sou contra toda a forma de discriminação, sou a favor da liberdade e prego a total separação entre Estado e moral. É neste terreno, movediço, que se situa o problema do aborto. Problema que cresce de tamanho quando fixados os olhos nos dados de uma pesquisa realizada em 2010, no Brasil, onde se verifica:
  1. 1 em cada 5 das mulheres entrevistadas, já realizaram aborto ao completar 40 anos;
  2. 1 milhão de abortamentos clandestinos e 250 mil internações por complicações é realizado anualmente no Brasil;
  3. 1 brasileira morre a cada 2 dias em consequência de abortamento inseguro;
  4. Em 2012, mais de 197 mil curetagens foram realizadas pela rede pública hospitalar, em decorrência de abortamentos provocados e espontâneos;
  5. A incidência de abortos entre mulheres de diferentes religiões é praticamente igual.
É muito importante ter em mente que aborto clandestino é diferente de aborto inseguro. Na verdade, a clandestinidade tem a ver com a proibição legal. Mas na impossibilidade, a mulher decidida a abortar, se tem recursos financeiros, desloca-se a uma clínica privada e desembolsa cerca de 2 mil dólares para a realização do procedimento de forma segura; caso contrário, recorre a métodos caseiros, sem nenhum cuidado com higiene ou assepsia, correndo risco de vida. Daí que, o grande problema do abortamento clandestino, e que se combate, é a desigualdade social.

A proibição legal não impede e nem faz diminuir o número de abortamentos. Basta dizer que, no Uruguai, desde a descriminalização do aborto ocorrida em Outubro de 2012, notou-se uma queda vertiginosa tanto no número de mortes maternas quanto no de abortos realizados, que passou de 33 mil por ano para apenas 4 mil. A experiência brasileira é ainda mais desastrosa, quando considerada a falta de uma política de planeamento familiar eficiente.

Por tudo isto, longe de minhas concepções pessoais, longe de ser bom, longe de ser recomendável, a legalização do aborto sob determinadas condições é sentida como uma necessidade de saúde pública. O aborto, na grande maioria das vezes, vem na sequência do abandono, do desemprego, do desespero. Julgar e condenar essas mulheres, lança-las na fogueira da opinião popular, é talvez uma crueldade maior do que a dor que já sentem. Portanto, a questão se resume em dar a elas o direito de decidirem de acordo com a sua própria consciência e medida.


Fonte: Pública

sábado, 28 de setembro de 2013

O amor é um Bolo de Mousse de Chocolate!

O amor é doce, intenso, com um travo de chocolate meio amargo, a 70% de cacau. Sabe muito a chocolate, mas é fresco e irresistível. Poderia ser um pastel de nata, uma panna cotta, um quindim. No entanto, tinha de ser um bolo. Ou melhor, tinha de ser um Bolo de Mousse de Chocolate, o melhor, o mais saboroso de todos!

Ingredientes
3 colheres de sopa de farinha de trigo
6 colheres de sopa de açúcar
9 ovos
1 tablete e meio de chocolate para culinária (300g), preferencialmente 70% cacau
2 colheres de manteiga ou margarina

Modo de fazer 
1. Preparar a mousse como de costume: a) No micro-ondas ou em banho-maria, derreter o chocolate (em pedaços) com a manteiga; b) Juntar o açúcar e misturar bem; c) Acrescentar as gemas sem parar de mexer, até estarem totalmente absorvidas no chocolate; d) Bater as claras em castelo (neve) e acrescentar ao creme de chocolate, incorporando tudo. 2. Separar um pouco desta mousse para um recipiente, numa quantidade que dê para a cobertura final do bolo. 3. Acrescentar a farinha de trigo à mousse restante e levar a assar numa travessa untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo, numa temperatura branda (em média 150º), por cerca de 20 a 30 minutos. A consistência da massa tanto pode ser mais cremosa ou húmida (menos cozido) como poder ser mais espessa, neste caso, deixar o bolo assar por mais tempo. Fica à critério.

Sugestão: Excelente sobremesa, que pode ser servida empratada com calda de chocolate e açúcar em pó polvilhado, decorada com uma folha de menta ou hortelã.      


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Em busca de um coração feliz

Não sou terapeuta nem cardiologista, portanto, não é com propriedade que falo. Mas cada vez mais, tenho dado importância a tudo o que possa contribuir para a definição, deveras abstrata, daquilo que se possa considerar "qualidade de vida". Tenho um historial familiar repleto de diabetes, infarto do miocárdio e problemas renais, de modo que, muito cedo, não somente por uma questão minha quase esquizofrénica - admito! - pela manutenção do "peso ideal", aprendi a controlar aquilo que ingiro, afasto-me o mais que posso do sal e do açúcar - e posso muito medianamente! -, recuso-me perentoriamente a ceder a todas as possíveis tentações dos vícios e me obrigo a exercitar o corpo, este oráculo da mente, cerca de três vezes por semana, a bem das minhas fortes dores lombares. 
Fonte: Imagem retirada da Internet

O marido partilha de minhas preocupações, mas nesta fase dos 40 a sua tensão maior está em "viver a vida" abundantemente. E às vezes dou por mim a observá-lo, quase adormecida, a referir-se a ela como sendo um grande parque de diversões aquático, com tobogãs gigantes, situado numa estância balneária nos arredores de Marrocos ou Egito, que é para conjugar com windsurf, trilhas e viagens sem fim pelos areais dos desertos! Mas eu o entendo, compreendo que, até para mim, que cheguei nesta fase convencida de que o melhor da vida é a regularidade daquilo que esforçamo-nos para construir, a vida por vezes é claustrofóbica. No entanto, quando vejo ao meu redor a vida escapar por entre os dedos de quem, já agora, contenta-se apenas em mante-la aprisionada num corpo que desfalece, percebo, aliviada, que o melhor da vida é tão somente a vida, saudável e linear.

Por isto, hoje venho aqui, recordada de um texto que li outro dia escrito por um médico cardiologista de nome Ernesto Artur, que achei precioso e que me parece importante partilhar. Traz-nos conselhos sobre como ter um coração saudável, longe do infarto. O que mais me surpreendeu é que são atitudes simples de adotar, mas que, maioritariamente, praticamos de forma inversa. Mantive a fidedignidade do conteúdo do texto, mas fiz algumas pequenas alterações (literais) de forma a melhor adapta-lo ao contexto deste blogue. Vejamos:
  1. Não ponha o trabalho à frente de tudo. As necessidades pessoais e familiares são prioridades.
  2. Não trabalhe aos sábados o dia inteiro e, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos.
  3. Não permaneça no local de trabalho após o expediente e não leve trabalho para casa ou trabalhe até tarde.
  4. Ao invés de dizer "sim" a tudo que solicitarem, aprenda a dizer "não".
  5. Não procure fazer parte de todas as comissões, comités, diretorias, conselhos e nem aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios, etc.
  6. Tome o café da manhã (pequeno almoço) ou uma refeição, de forma tranquila. Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou realizar reuniões importantes.
  7. Pratique atividade física, tal como ginástica, natação, caminhada, pesca, futebol, etc.
  8. Saia de férias. Ninguém é de ferro!
  9. Não centralize o trabalho, aprenda a delegar.
  10. Se se sentir cansado, sem energia ou desestimulado, não tome qualquer medicação sem antes procurar um médico.
  11. Não tome calmantes ou sedativos, seja de qual tipo for. O uso contínuo dessas substâncias, faz mal à saúde.
  12. Por fim, o mais importante: Permita-se ter momentos de oração, meditação, audição de boa música e reflexão sobre a vida. Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde.
À todos, vida longa!
 
      

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Equinócio

É outono no hemisfério norte e primavera no hemisfério sul...

Fonte: Imagem do Sol do equinócio de 2010, conseguida pela NASA

sábado, 21 de setembro de 2013

"Eu bebo sim, e estou vivendo"

Eu até tentei, esforcei-me, não queria comentar! Primeiro, porque o único refrigerante que bebo é a Coca-Cola Zero (e ainda mantenho todos os meus movimentos!); depois, porque há um processo judicial em busca da verdade material pendente de julgamento (está em fase de razões ou alegações finais, em seguida irá concluso para sentença). Mas é tanto o alarde, é tanto que se fala, que o meu lado sarcástico não se conteve calado, foi mais forte do que eu.
 
Sabem ao que me refiro. Ao tal rato encontrado numa garrafa de Coca-Cola que alegadamente intoxicou o consumidor brasileiro Wilson Batista de Rezende, provocando-lhe sequelas  graves e irreversíveis. Wilson requer danos morais (e não percebi porque não haveria de pedir também os materiais!) à fabricante do refrigerante no Brasil, no valor de R$ 10.000,00, soma que considero bastante reduzida tendo em conta não somente os danos que alega, como também o poder económico da Ré. O processo realmente existe e pode ser consultado, aqui.
 
Assisti atenta ao vídeo que circula com a reportagem feita por uma rede televisiva e que pode ser visto aqui, o que, parece-me, foi o que espoletou o caso para o conhecimento público. Num primeiro instante, fiquei chocada. Mas depois, com a sagacidade que se adquire quando se está de um dos lados da lide, refiz-me.  Passado uns dias, a Coca-Cola manifestou-se sobre o episódio em sua página oficial, esclarecendo que "é praticamente nula a possibilidade de haver a entrada de roedores em [sua] área de fabricação, que é controlada por rígidas normas de controle de qualidade e higiene".
 
Bem, de fato, transcorridos 13 anos desde a data do acontecimento, é pouco provável que o animal mantenha-se intacto embebido em substância aquosa possivelmente ácida e venenosa, corrosiva, tal como alegado pelo consumidor! Penso que os exames periciais serão decisivos, mas até o trânsito em julgado, há muito o que se diga.
 
No entanto, uma outra questão muito importante veio à tona, que é o fato da Coca-Cola fabricada no Brasil ter cerca de 60 vezes mais o corante Caramelo IV (4-metilimidazol), cuja quantidade foi obrigatoriamente reduzida nos Estados Unidos após estudos comprovarem que a substância é potencialmente cancerígena. A Coca-Cola defende-se sob o argumento de que o uso do Caramelo IV segue critérios definidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e não indica riscos à saúde. De todo modo, ao meu ver, se o Tio Sam diminuiu a quantidade da substância de sua Coca-Cola,  os critérios da ANVISA passam a ser no mínimo duvidosos!
 
Por fim, neste quadro horrendo e cheio de ambivalências, o que verdadeiramente sobressai é o humor característico do povo brasileiro que, beirando a crueldade, não deixou escapar a oportunidade de criar o novo logotipo da Coca-Cola. Enquanto isto, Coca-Cola a mais ou a menos, a verdade é que não se fala em outra coisa. Bom para quem, ainda não se sabe, mas decerto não há como não achar piada - e digo, mesmo com todo o respeito às pessoas que sofrem! De minha parte, vou continuar a beber a minha "Cola" Zero, que se não me mata, também não me engorda. Mas avisem-me caso encontrem roedores em conserva!  

 
 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A cantar o Fado com o Chico!

Hoje vim trabalhar na companhia do Chico (Buarque de Holanda). Adoro o Chico e dificilmente conseguiria dizer, entre ele e o Zeca (Baleiro), qual dos dois prefiro. Mas de fato são dois artistas da musica popular brasileira (MPB) bem diferentes! Gosto imensamente do Chico compositor (na minha opinião, o maior compositor brasileiro), o revolucionário, do lado feminino do Chico. E adoro o lirismo do Zeca, a voz inigualável, as suas influências musicais e aquele seu jeito cool! Esta minha paixão musical bigamia levaria-me a ter que decidir, caso tivesse um filho, entre chama-lo "Chico" ou "Zeca", assim mesmo, em registo. Mas por ora, sem tantos entretantos, foi este o Fado - Fado Tropical, de Chico Buarque e Ruy Guerra - que passou o dia a ressoar em meus ouvidos:
 
 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Vamos salvar o Renato!

Não conheço o Renato. Não sei quem ele é, o que ele faz, onde vive, com quem mora, do que ele gosta, por onde ele anda. Não sei nada sobre o Renato, mas isso deixou de ter importância. O que sei é que o Renato tem amigos, tem família, tem um sorriso bem bonito e, por azar, tem uma doença oncológica. O Renato precisa de ajuda. Sabendo disto, os amigos do Renato mobilizaram as redes sociais e lançaram um grande pedido de socorro. Querem, desesperadamente, salvar o Renato. E talvez seja possível, através de um tratamento de células dentríticas, realizado na Alemanha, cujo valor total gira em torno de €50.000,00. Alguns poderão pensar que há muitos "Renatos" por aí afora! Mas digo-lhes, que se pudermos fazer algo por um que seja, já faremos uma grande diferença. Assim, penso que também é importante dar a conhecer a Associação Projeto Safira, a qual tem apoiado e intermediado a ida do Renato para a clínica alemã, dando-lhe o suporte necessário na preparação da viagem e esclarecimentos sobre o funcionamento da terapia. Esta Associação, dentre outras missões, pode ajudar doentes oncológicos a encontrar alternativas aos tratamentos convencionais. 

No caso do Renato que vos falo, caso possam e queiram ajudar, partilho abaixo os dados da conta para o envio de donativos, na Caixa Geral de Depósitos (Portugal), titular Renato Rodrigues:
 
 
Para mais esclarecimentos, consultem a página Vamos salvar o Renato, no Facebook. Uma grande forma de ajudar também é partilhando esta informação, fazendo-a chegar ao maior número possível de pessoas, sobretudo àquelas que, como o Renato, precisam de esperança e de saber mais sobre a doença e sobre alternativas de tratamento.  

Um grande viva ao Renato!
 

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A "mana" faz anos. E como eu gostaria que ela soubesse!

Da segunda família do meu pai, sou a mais velha. Quando ninguém mais contava com isso, veio a "Lala", a minha irmã mais nova, 13 anos de diferença entre eu e ela. Gosto tanto dela, quase como uma filha! Mas ela, meio por culpa, meio pelas circunstâncias, não conhece bem o limite do amor. Com ela, venho sempre aprendendo, a duras penas, que o amor perdoa. E eu, sei lá, a perdoo, sempre! Não por sermos irmãs, mas por gostar dela, quase como uma filha. Ela não sabe, mas às vezes quando estou só, ouço no carro "Ela x Ele na Cidade sem Fim", de Vanessa da Mata, e choro. Já chorei muitas vezes, porque esta canção me faz lembrar dela. É a minha canção para ela. Hoje é o seu 27º aniversário e ainda ontem ela nasceu! Quero dedicar-lhe esta canção, mas quero também que ela saiba, que para hoje, o que mais lhe desejo é um dia verdadeiramente feliz (sendo que ser feliz dá muito trabalho, e às vezes dói, mas não há outra forma de ser verdadeiramente feliz)!
 
 
"Ela não tem preço
Nem vontade
Ela não tem culpa
Nem falsidade
Ela não sabe me amar
Ela não tem jogo
Nem saudade
Ela não tem fogo
Nem muita idade
Ela não sabe me amar
Ela não saberá
Coisa de amor
De irmão
Que ela insiste e que me dá
Toda vez que eu tento
Ela sofre
Poderia ser medo
Mas como é possível
Mas então seu amor não é meu
Nem eu o seu
Pois então que será minha amada
Amadora? (...)"


domingo, 15 de setembro de 2013

Vamos lá fazer bolachas!

Quem tem amigos tem tudo. Quem tem amigos que sabem cozinhar, tem tudo e mais alguma coisa. Pois, eu cá tenho sempre a sorte de ter por perto um punhado de amigos, que para além do mais, partilham receitinhas que são verdadeiras preciosidades! E isso já vem de longe! Em 2006, Andrea D. Rey, uma amiga que também é minha afilhada de casamento, me presenteou com um caderno de receitas de família, feito por ela, escrito a mão, com índice remissivo e tudo, uma dessas raridades hoje em dia, que me acompanha e me socorre. Da Carla, amiga mais recente mas que sem dúvida será a melhor madrinha que poderíamos escolher para a Eva, veio esta receita de bolachas caseiras, facílimo de fazer e simplesmente divinais. Uma boa ideia para o lanche, quando não se sabe o que fazer numa tarde de domingo. Vamos lá à Receita:
 
Ingredientes
200g de açúcar
150g de farinha de trigo
200ml de natas (creme de leite)
 
Modo de fazer
Numa tigela, misturam-se todos os ingredientes até formar um creme homogéneo. Unta-se um tabuleiro com manteiga e polvilha com farinha de trigo. Dispor colheradas do preparado, com alguma distância entre um e outro, e levar ao forno a mais ou menos 150º durante cerca de 15m. Retirar as bolachas, polvilhar com côco ralado, chocolate em pó, açúcar ou canela (usem a imaginação à vontade!) e deixar arrefecer. Outra sugestão é, antes de levar ao forno, polvilhar com amêndoa ralada.
 
Porção: Mais ou menos 15 bolachas.
 



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Never Forget 11 September

Ontem fez 12 anos que o mundo inteiro parou. Ontem, espaçadamente, comentou-se os atentados terroristas de 11 de Setembro. Preocupa-me! Queiramos ou não, sejamos ou não americanos, tenhamos ou não perdido um amigo ou parente nesse dia, nunca devemos nos esquecer do dia em que provou-se  ser o homem o maior inimigo do próprio homem.
 
Fonte: Imagem retirada da Internet
 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dramas infantis do universo feminino

Adoramos fazer o relatório do dia enquanto voltamos para casa. É quando temos nossas conversas em particular. E ontem foi assim:
 
Malu: - Mamãe, a Lara já não é mais a minha amiga preferida da Escola.
 
Eu: - Ah, não? Mas por quê?
 
Malu: - Porque ela não me deixou brincar com a sua caravana da Polly, só brincou com a Inês. Então eu perguntei à Marta Batista: "Marta Batista, queres ser a minha amiga preferida?" E a Marta disse-me: "Pode ser!". Então eu decidi que a Marta Batista agora é a minha amiga preferida.
 
Eu, satisfeita com a maturidade com que elas resolvem os seus pequenos problemas, antecipei-lhe: - Ok, filha! Mas isso vai passar. Vai ver que amanhã já todas vocês vão brincar juntas outra vez.
 
E a Malu, depois de um suspiro: (...) Eu passei o dia a chorar. Fui à casa de banho e chorei, chorei, chorei... Senti que partiu o meu coração!
 
Pronto, a minha filhinha de 5 anos já tem o coração partido! É assim o universo feminino!

Fonte: Imagem retirada da Internet
 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Educação, para todos!

Hoje passei toda a manhã na reunião de início do ano letivo na escola de minha filha, agora oficialmente aluna do 1º ano. Auditório cheio de pais ansiosos e cheio de dúvidas, solene boas vindas, desfile de professores, visita à sala de aula, livros e materiais entregues, escolha das atividades desportivas (uma, duas ou três?), explicações sobre as atividades curriculares e extracurriculares, autorização para sair, autorização para medicar, autorização para ser filmado, horário para entrar, horário para sair, número de faltas justificadas igual a faltas injustificadas e um rol infindável de uniformes e equipamentos que nunca devem ser misturados ou trocados entre si: um para dias comemorativos ou visitas de estudo, um para natação (com especificações detalhadas), um para dança, um para ginástica acrobática e expressão físico-motora, tudo isso um para o verão e outro para o inverno, além de tênis e sapatilhas, uns para aulas externas e outros para aulas no pavilhão.
 
Uma pessoa sai de lá pensando em procurar um curso preparatório para pais em idade escolar! Mas, acima de tudo, para além de uma alegria natural e a certeza de que nossa pequena está a ter aquilo que consideramos o melhor que podemos lhe proporcionar em termos pedagógicos (com esforço!), por um momento senti um certo desconforto ao pensar no universo de crianças que não têm a mesma sorte (salvo quando são outras as legítimas opções dos pais!). E pensei, não sem alguma culpa: "Era assim que deveria ser, a regra, para todos!". Por outro lado, todos os dias abrimos os jornais e o que mais lemos são cortes na educação, escolas encerradas, professores no desemprego, evasão no ensino superior, para já não falar nos países com graves problemas estruturais.
 
Como uma coisa puxa a outra, e no esforço de redimensionar o meu mal estar, lembrei de outra questão da qual muitas vezes nos esquecemos, que é a importância de educarmos nossas crianças em casa, a partir de casa. A escola, por melhor ou pior que seja, não educa e nem ensina, sozinha, as nossas crianças. Este é sem dúvida um trabalho conjunto, iniciado em casa e continuado na escola (e vice-versa), com a colaboração de todos. Mas às vezes, por falta de tempo, somos tentados a encher a agenda de nossos filhos com atividades, delegando à escola ou aos professores aquilo que não conseguimos fazer por eles. E, assim, acabam por passar mais tempo na escola do que conosco. Eu sei que não é fácil, falo por mim! Entretanto, isto se aviva quando recordo que, por razões  profissionais, diversas vezes deparei-me com jovens de família funcional e bom nível educacional, mas que não impediu que tivessem sérios problemas sociais. É claro que as razões são as mais variadas, nem sempre podem ser isoladas, mas o certo, o incontestável, é que a ausência dos pais a escola não consegue suprir. E as consequências podem ser catastróficas... para todos!
 
Assim sendo, para dar largada ao novo ano letivo, elegi este pensamento do filósofo grego Pitágoras (Sec. VI, a.C.), que considero como um ideal de educação a ser cumprido por todos nós, pais, responsáveis e educadores:  
              

domingo, 8 de setembro de 2013

Era uma vez, uma nação...

Comemora-se a 7 de Setembro o Dia da Independência do Brasil de seu colonizador, Portugal (1822). Mas a história oficial diz que o processo de independência começou muito antes, quando no dia 9 de Janeiro de 1822 o príncipe regente D. Pedro I (IV, de Portugal) desacatou a ordem da Coroa e recusou-se a retornar à metrópole, proclamando o Dia do Fico: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que eu fico". Mais tarde, tendo novamente sido convocado a deixar a colónia e uma vez que com isto impedia os propósitos de recolonização do Brasil, o regente viu-se obrigado a dar o grito de "Independência ou morte!"Consta, ainda, que para reconhecer a independência do Brasil, Portugal exigiu o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas, cujo dinheiro foi conseguido através de um empréstimo tomado da Inglaterra (não bastava todo o ouro "retirado" da fértil terra?).

Fonte: Imagem retirada da Internet
Reconhecidamente, a independência de um povo é algo de valor imensurável, mas a verdade é que este episódio foi quase impercetível para a maioria da população brasileira, notadamente a mais pobre: a escravidão continuou a existir e a desigualdade na distribuição de renda acentuou-se, saindo beneficiada apenas a elite agrária que apoiou D. Pedro I, à altura proclamado Imperador do Brasil.

E foi assim que tudo começou! 191 anos depois, sem saber bem ao certo quem depende ou não de quem, é assim a história que hoje se conta:
 
Era uma vez uma grande nação, que de tão grande tornou-se independente, mas cujo povo passava a vida a gritar por liberdade e igualdade social!

Haverá mudado alguma coisa? Bem, não sei. Só sei que foi assim!

 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O encontro com a escritora Victória F. e a leitora Dália Antunes (como é bom conhecer pessoas interessantes!)

Para homenagear a língua portuguesa, no Dia de Camões (10 de Junho) os alfarrábios lançou um passatempo com a Editora Aped e dois escritores, Achel Tinoco e Cláudia Fernandes, de pseudónimo Victória F. A ideia foi presentear aqueles que gostam de ler com um livro entregue pelo próprio autor. Hoje foi o dia da Dália Antunes receber o exemplar autografado de Caronte à Espera, durante uma conversa muito agradável com a Victória F. Ficamos a conhecer e saber mais sobre essa jovem e discreta escritora portuguesa, cujo segundo romance foi lançado no Brasil e que, entre outras coisas, confessou-nos necessitar isolar-se para fazer o que mais gosta: escrever.
 
Faço votos para que a Victória F. encontre o tempo e o silêncio necessário para continuar a sua trajetória pela escrita e que siga em frente, até onde a sua imaginação alcançar: muito longe!
 
Obrigada, Victória F. Obrigada Dália Antunes. Fico muito feliz por este blogue servir e proporcionar encontros tão interessantes!
 

 

O Bolo de Cenoura mais fácil que há no mundo!

Para mim, tomar um café exige um ritual. Gosto de fazê-lo sem pressa e acompanhado de uma fatia de bolo preparado em casa. O bolo tem de ser o mais simples possível... Pronto, tenho essas "pancadas"!

No "Top 10" da minha lista está o bolo de cenoura. Reduzo o açúcar (a cenoura já é doce!) e por vezes dispenso a cobertura de chocolate. Além disso é muito fácil de preparar, já o faço há anos, sem erros nem enganos. Portanto, tenho certeza que vão adorar!

Ingredientes
3 cenouras grandes
1 a 2 chávenas (xícaras) de açúcar branco (refinado ou cristal)
2 chávenas (xícaras) de farinha de trigo para bolo
1 chávena (xícara) de óleo
4 ovos
1 colher de sopa de fermento
1 colher de chá de bicarbonato de sódio (opcional)

Modo de fazer
1. No liquidificador, bater as cenouras, açúcar, óleo e ovos até formar um creme. 2. À parte, numa tigela, colocar a farinha de trigo e o fermento e adicionar esse creme. 3. Misturar bem, pôr numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha de trigo e levar a assar em forno pré-aquecido, a mais ou menos 180º.

Cobertura de chocolate (opcional)
2 chávenas (xícaras) de leite
1 chávena (xícara) de chocolate em pó
1 colher de manteiga

Modo de fazer
Pôr todos os ingredientes num tacho e levar a lume brando, mexendo sempre com uma colher de madeira, por mais ou menos 20 minutos, até ficar com uma consistência em calda grossa.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Direitos humanos, o quê?

Primeiro achei que fosse piada, mas depois constatei a veracidade da informação. E demorei a acreditar, mas está tudo documentado, circulando pela Internet para quem quiser tomar conhecimento! Foi no Brasil, na Comarca de Tristeza, Porto Alegre (RS), que o magistrado Alex Gonzalez Custodio prolatou a sentença que o tornou famoso. A razão: Condenou um homem a sete anos de reclusão, em regime totalmente fechado, por crime de tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Fonte: Imagem retirada da Internet
Até aí tudo bem, faz parte da independência do juiz apreciar livremente as provas e formar a sua convicção através de um exame crítico e fundamentado com base em critérios objetivos. A fundamentação da sentença é uma das garantias contra o arbítrio e a discricionariedade do juiz, enunciando as razões de fato e de direito que justificam a decisão tomada. E deve ser simples e concisa, de modo a ser compreensível por todos. É assim que sintetiza a Professora da Universidade de Lisboa, Dra. Fernanda Palma.
 
No entanto, para embasar a sua decisão, o magistrado brasileiro apoia-se na definição de direitos humanos segundo a "doutrina" da atriz Paolla Oliveira, em entrevista concedida à revista feminina Marie Claire, de Março de 2011, que passo a transcrever:
"Direitos humanos é para quem sabe o que isso significa. Não para quem comete atrocidades de forma inconsequente. (...) O Sistema é muito frouxo. Tem que haver mais rigidez na punição.   
Além da atriz, o juiz justificou-se nos ensinamentos sobre "Verdade e Justiça" recebidos do seu pai, Abel Custódio, promotor de justiça (magistrado do Ministério Público) jubilado e em suas citações do Padre António Vieira: "Juiz sem liberdade é como a noite que não segue a aurora. É a própria contradição". Ainda, nas notícias televisivas veiculadas pelo Jornal Nacional. No mais, alega que não se pode sonegar ao Estado-Juiz a busca de elementos para a sua convicção de julgamento.

Mas será que não teria à mão uma bibliografia melhor (para não dizer especializada) sobre direitos humanos? Ou não lhe sobra tempo, entre os inúmeros processos a despachar, uma revistinha para desopilar e um noticiário para se atualizar? Prefiro não comentar a opinião do juiz sobre direitos humanos, nem estou capacitada a avaliar a sua inteligência e trabalho, mas por conhecer bem alguns magistrados brasileiros e o rigor do concurso público para o ingresso na carreira, só posso dizer que acho tudo isto uma mácula! Espero que seja, mesmo, somente isto! Ou se calhar... bem... nem quero pensar! Abro um quiosque de cupcakes.

Para já, a íntegra da sentença pode ser vista, aqui.
     

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Obrigada, querida R.!

Ganhei um post só para mim, de uma amiga que prefere se manter anónima. E eu a entendo, não é como eu, uma espécie de "dona de casa desesperada"! Sabem, há pouco tempo, desconhecia completamente essa tal de blogosfera, até que, de tão frustrada que ficava cada vez que alguém me perguntava se eu já estava a trabalhar, resolvi dizer tudo o que sentia, o que fazia e que não conseguia fazer (e que ninguém sabia!). Como se diz na minha terra, decidi "dar nome aos bois". Há pessoas assim, que precisam de uma secretária e de um crachá! 
 
Mas voltando ao que interessa - à minha amiga -, prometi-lhe que não a partilhava e não a partilho. Embora seja difícil para uma geminiana manter segredo seja do que for, pior ainda, quando se trata de elogios à sua pessoa!

Disse-me:

- É só para ti! 
 
Disse-lhe:
 
- Obrigada, querida R.! Vindo de ti, que não é propriamente uma pessoa "rasgada", sei o quanto é sincero! Para mim, foi mais importante do que ganhar o cartão de cidadania!
 
Pronto. Restrinjo-me a isto.
 
(P.S.: Perdoe-me se me excedi! E só mais uma coisinha: Também te guardo como uma raridade!)
 
 
Fonte: Imagem retirada da Internet
 

domingo, 1 de setembro de 2013

Tudo pronto para as aulas começarem!

Digo-lhe:
 
- Este ano, você vai aprender uma coisa que vai mudar a sua vida para sempre, que vai lhe abrir as portas do mundo. Vai aprender a ler e a escrever!