terça-feira, 28 de janeiro de 2014

O Rui Pedro e a Filomena que há em nós


Tal como muitas pessoas que hoje partilham esse vídeo, não conheci de perto o Rui Pedro, nem a Filomena, nem a sua família. Mas assim como tantos outros, é-me de todo impossível ficar indiferente ao sofrimento dessa mãe e de sua família. Não há, ao menos em Portugal, ninguém que nunca tenha ouvido falar no Rui Pedro ou que não se comova ao ver o rosto, cansado e triste, morto-vivo, da Filomena Teixeira. A Filomena procura pelo seu filho há 16 anos. Não sabe ao certo o que lhe aconteceu; mas não desiste. Eu também não desistiria.

Estava grávida da Malu quando acompanhei pela imprensa a história mediática do desaparecimento da Madeleine McCann. Aquilo mexeu comigo! Lia tudo o que encontrava sobre o caso, desde recortes de jornais a revistas e livros. E sinceramente, não acredito que os pais possam estar por trás do seu sumiço. Seja como for, a Kate McCann não desiste de encontrar a sua filha. Eu também não desistiria.

Desde que sou mãe, que pus cá para esse mundo cruel e colorido uma extensão de mim, sou perseguida pelo medo, o pavor, de tirarem-me uma de minhas filhas. Vigio-as nos supermercados, nos centros comerciais, nos parques infantis, nas praias... nunca, nunca as perco de vista. Mesmo em casa, mantenho a porta trancada a chave, com receio de que alguma desça pelo elevador e desapareça. É uma fobia! Mas sou da geração de Filomenas e Kates e, vendo-as vaguear entre tribunais e suplícios, imagino a dor de não saber de um filho, de vê-lo acordar e já não dormir com ele. 

É por isso que hoje, no 27º aniversário do Rui Pedro, partilho igualmente a dor da Filomena e o seu apelo. Vejo-me nela e, nesta condição, sinto que hoje a Filomena é um pouco de todos nós e o Rui Pedro um pouco filho de todos nós. Partilho-o, porque eu também não desistiria. Não. Enquanto vivesse, enquanto não o encontrasse, enquanto não soubesse o que verdadeiramente lhe aconteceu, eu não desistiria.

O vídeo tem cerca de 1 minuto. Partilhem-no. É o melhor presente que hoje podemos oferecer ao Rui Pedro. E à Filomena. E ao Rui Pedro e à Filomena que há em nós.            

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