segunda-feira, 26 de outubro de 2015

La Vie Dans Une Année

Foto: Tamara Rangel
Foi outro dia, ainda me lembro de tê-la ao colo. Nasceu pequenina, filha da minha prima-mãe, também ela havia me embalado e acompanhado na minha tortuosa viagem de descobertas até transformar-me, enfim, na mulher que sou. Um engraçado labirinto onde se cruzam as mulheres fortes da minha família que, a todas as evidências, originou-se nordestina e ganhou o mundo... e as letras, as que os nossos pais e avós escreveram não com lápis e cadernos, mas com foices e muito suor. Quiseram eles que nós, da terceira geração em diante, fossemos "Doutores", de preferência, mas sobretudo de bom caráter. Esse exemplo, passado de geração para geração, salvou-nos uns tantos.

E não é que a priminha, ao modo humilde dos inteligentes, ontem apresenta-me um blog que escreve e que logo percebi que era para diminuir a solidão e a distância do novo velho mundo e do seu intercâmbio? Hoje, repassando as vistas com mais calma, me vieram lágrimas aos olhos. Que escrita linda e que bela mulher que se forma, cuja genética não nega a força e a sensibilidade apurada ao longo dos anos desde avó, mãe e Tam.

Apresento-te, para não deixar de acompanhar, o primo desses Alfarrábios, La Vie Dans Une Année, da doce viajante Tamara Rangel. Assim que li:

"Essas folhas alaranjadas, amareladas e roxeadas caindo por aí são mais bonitas e melancólicas do que eu imaginava. Também muitas outras coisas que imaginei daqui são bem mais e algumas nem tanto. É bom sentir o gostinho das coisas como elas são depois de desenhá-las na cabeça, algo que eu faço bem até demais numa boa noite de sono não dormida. As vezes não passa de uma expectativa gostosa, outras vezes é uma tormenta de ansiedade. Acho que sou assim desde que passava a madrugada inteira arrumando a mochila pro primeiro dia de aula na escola! Mas sei que é preciso aprender a dosar, porque é um risco na causa de decepções e de medos desnecessários que me impedem de fazer determinada coisa. Isso me aconteceu aqui no primeiro dia de aula do curso de francês e no da Universidade, em ambos eu passei a madrugada com insônia por causa da ansiedade, cochilei forte por um segundo e perdi a hora de levantar, deixando tudo fora do planejado. Quase me prejudiquei duas vezes (e outras tantas na vida toda) e quando não é saudável dessa forma é bom cuidar."

Isto tudo soou-me tão familiar! Logo entendi porque dizem que a gente se parece tanto... A vida é mesmo uma história que se conta e se re-conta. 

2 comentários:

  1. Ahh que lindo! Fiquei emocionada ❤️
    Saiba que mesmo de longe você sempre foi uma inspiração pra mim, das mulheres guerreiras da nossa família! E eu sempre ficava muito feliz quando diziam que eu parecia contigo.
    Ainda fico tímida pra escrever o que sinto aqui, mas acredito que esse blog vai ser mais uma experiência boa pra me desafiar e pra poder olhar daqui a uns anos e rememorar.
    Muito obrigada de coração :)

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  2. Orgulhosa estou eu de ser parecida contigo. Bjs minha querida

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