Recentemente, a Harvard School of Public Health lançou o novo guia alimentar Healthy Eating Plate (Dieta Saudável)
onde envia uma forte mensagem ao Departamento da Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) e ao mundo inteiro, pugnando pela substituição da pirâmide dos
alimentos. Nesse guia, após um trabalho de investigação intenso e ao pormenor,
alegadamente livre da pressão de lobbies e grupos industriais, os especialistas
de Harvard recomendam a total ausência de laticínios para uma alimentação
saudável, o que se deve ao fato do “consumo alto destes alimentos aumentar
significativamente o cancro (câncer) da próstata e dos ovários”. Referem,
ainda, que devido aos altos índices de gordura saturada e à adição de químicos
em sua produção, os laticínios devem ser evitados e substituídos por legumes
verdes (p. ex., couve, brócolos, repolho, etc.), soja enriquecida e grãos para
a obtenção do cálcio necessário.
A confusão instaurou-se lá em casa e
ficamos divididos: O Zé, pragmático, abortou o leite da sua alimentação; eu,
que não gosto nada de fundamentalismos e acho sempre que é no meio que está a
virtude, continuo tomando a minha caneca (reduzida) de leite meio gordo (semidesnatado) pela
manhã; as meninas... bem, não sou mãe para "cortar" abruptamente o "leitinho" delas!
Mas como veem, em casa com pais dissidentes e duas crianças incapazes de consentir, o assunto passou a ser motivo
de discussão. Assim, achei por bem ouvir a opinião de um Nutricionista, de quem
tenho as melhores referências e que ao fim veio corroborar o que penso sobre
toda esta polémica. É claro que é a opinião de um especialista (à qual me filio
por achar bastante razoável), mas todos devem ouvir e sopesar outros profissionais
(se assim entenderem), sendo livres para aderirem à corrente que consideram a
melhor para os seus próprios interesses.
De
todo modo, trouxe-vos a matéria que o Nutricionista e Engenheiro Alimentar
Alexandre Fernandes gentilmente me cedeu para publicação “nos meus alfarrábios”
e com isto espero poder ajudar-vos na tomada de vossas próprias decisões.
Alexandre Fernandes, a par da sua atividade clínica, é autor de vários livros sobre saúde
e nutrição, sendo um dos que mais gosto (e que recomendo vivamente) «Cascas,
talos, folhas e outros tesouros nutricionais», Lisboa: Planeta, 2012. Para mais
informações consulte o site do Autor,também no Facebook.
Assim, relativamente ao que circula
sobre o leite e os artigos que têm sido publicados, a saber: Evite o leite... pela sua saúde!; Harvard retira laticínios do Prato de Dieta Saudável; Pesticidas na comida: Portugal acima da média europeia; Cloro na água provoca alergias a alimentos;
Flúor na Água - Veneno em nome da Saúde!
e Perigos das Isoflavonas, diz o Autor:
“«Evite o leite… pela sua saúde!», já a primeira palavra, “Evite”, diz tudo. O evitar significa não procurar/impedir. Logo, não significa proibir ou não beber. E sabem por quê? Porque um dia mais tarde quem escreveu este artigo sentir-se-á protegido, ou seja, poderá dizer que nunca escreveu “proibir”, mas sim “evitar”. Isto é, pode-se beber regularmente, mas não diariamente…
E que culpa tem o consumidor de comprar leite cheio de antibióticos, hormonas, aditivos e outras coisas mais? O consumidor não tem culpa, mas tem o dever de exigir um melhor controlo de qualidade, assim como as entidades competentes têm o dever de penalizar severamente o produtor quando detetam estas situações. Isto porque é a saúde pública que está em jogo.
Por outro lado, se ingerirmos laticínios magros o problema da gordura saturada e levantado por Harvard já não se colocaria, assim como reduzir-se-ia a possibilidade de continuarem a existir componentes químicos se os consumidores fizessem um boicote à compra de laticínios de um determinado produtor, por exemplo.
Mas o artigo diz que os laticínios devem ser substituídos por legumes verdes. No entanto, segundo relatório divulgado pela EFSA, Portugal é um dos países europeus com maior incidência de excesso de pesticidas nos alimentos. Então, pergunto, o que é que vamos comer? Embora a agricultura biológica seja uma opção, não devemos esquecer os seus custos, e ainda mais grave, esses alimentos podem ser contaminados com pesticidas lançados através do vento ou pela água (lençóis freáticos), o que passa a ser um outro problema.
E em outra pesquisa, os investigadores do Albert Einstein College of Medicine, no Bronx, associam o aumento significativo das alergias ao aumento do uso de subprodutos do cloro. O cloro está presente na água canalizada, então vai fazer parte da nossa alimentação quando estivermos a preparar e a lavar os legumes verdes (e outros alimentos) para as nossas refeições.
Para além de todo o exposto, a soja que normalmente é ingerida provém de uma soja transgénica, ou seja, que é modificada geneticamente para determinados fins (tal como o milho - as pipocas). Atualmente, não se sabe quais serão as implicações na saúde humana a longo prazo, mas cada vez mais estão a ser publicados estudos que referem que a soja (as isoflavonas) provoca várias doenças, como bloqueio endócrino, supressão da tiroide, supressão do sistema imune, supressão da produção do esperma, quebra de ADN (DNA) e incidência aumentada de leucemia, cancro (câncer) de mama e de cólon, infertilidade, problemas de crescimento e mudanças sutis no comportamento do dimorfismo sexual. Razão pela qual os Endocrinologistas há muito vêm recomendando a eliminação da soja e dos seus derivados da alimentação. Então, o que é que vamos comer?
Voltando à questão da água e de lavarmos os legumes verdes e outros alimentos, ainda há uma pesquisa que atesta que o flúor é altamente tóxico, estando relacionado com um grande número de doenças físicas e mentais. Segundo estudos publicados recentemente, mesmo pequenas quantidades de flúor consumido na água canalizada pode danificar os ossos, dentes, cérebro, causar problemas de tiroide, reduzir o QI e causar cancro (câncer). Resumindo, o que é que vamos mesmo comer?
Concluo, portanto, que a população deve e tem que ser informada sobre o que se passa com a sua alimentação e quem não cumpre a lei e o código de controlo e de segurança alimentar deve ser punido. Sempre digo que devemos comer com peso, conta e medida. Se hoje bebo um copo de leite, amanhã posso beber uma chávena de infusão de camomila. O mais importante é variar a alimentação e termos prazer em comer aquilo que mais gostamos”.
É impressionante como os "posts" da Dra. Núbia Alves me fazem esquecer que os ponteiros do relógio do tempo não param... Venho dar uma olhadinha nas novidades, sempre com muita pressa e ... quando leio a primeira frase do que consta "Nos Meus Alfarrábios" ... Perco-me no tempo e deleito-me nesta leitura que é tão suave e ao mesmo tempo tão enriquecedora...
ResponderEliminarAh! E quanto aos laticínios e as demais restrições alimentares, também sou adepta ao "caminho do meio", tal qual como nos ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama, mais conhecido como "BUDA" ...
ResponderEliminarObrigada, minha querida! Fico contente com os teus comentários, porque te conhecendo bem sei que é exatamente o que pensas... Bjs
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