sábado, 31 de maio de 2014

Programação para o Dia da Criança

Amanhã, 1 de Junho, celebra-se em Portugal o Dia da Criança. A data varia de país para país mas oficialmente o Dia Mundial da Criança é comemorado a 20 de Novembro, data que a ONU reconhece como o Dia Universal da Criança por ser a data da aprovação da Declaração dos Direitos da Criança (1959) e da Convenção dos Direitos da Criança (1989).

Para amanhã prevê-se um dia com boa temperatura, o que convida a passeios e a diversões em família. Há muito o que fazer, desde praia a piquenique, com programações variadas por todo o país. Selecionei algumas que particularmente me agradam e deixo como sugestões para um dia bem passado com os mais pequenos:

Coimbra: 
"De Pequenino se Torce a Discriminação". 3ª edição de leitura de contos infantis e skate a partir dos 3 anos. Local: Equilíbrio Skate School, Rua Casal dos Vagares, n.º 22. Horário: 15 horas.

Lisboa:
1. No Museu Nacional dos Coches, encenação do teatro de sombras chinesas "A Princesa Beringela". Sessões: 10h30, 11h30, 12h30. Atividade gratuita para crianças até aos 10 anos, com família.
2. Nos Jardins do Museu da Eletricidade decorrerá a Festa da Criança, com camas elásticas, insufláveis, slide, escalada, teatro, contos, música, passeios de burro e ateliers. Preço: € 4,50. Crianças até aos 2 anos não pagam entrada. 
3. Na Feira do Livro de Lisboa haverá diversas atividades em família: Caça ao Tesouro, Hora do Conto, Oficinas, etc. Local: Parque Eduardo VII, a partir das 10h.

Cascais:
No Parque Marchal Carmona, "Festa da Criança & Somos Família", das 10h às 20h, com atividades para bebés, crianças, pais e avós.

Sintra:
No Parque de Monserrate, as crianças poderão aprender ofícios antigos, jogos tradicionais, desvendar enigmas e executar tarefas que as levarão à descoberta da Quintinha de Monserrate. No Palácio de Monserrate, decorrerá o "Concerto para Bebés: Um Dia na Floresta", com trechos de música clássica para bebés.  

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Discriminação, racismo, xenofobia e brasileiras em Portugal

Assistindo ao programa Prós e Contras sobre o "Racismo" (Episódio 14), da RTP1, de 19 de Maio de 2014, fiquei a saber que o maior problema atualmente enfrentado em especial pelas mulheres brasileiras casadas ou vivendo em união estável com companheiros portugueses é a violência doméstica. A informação foi prestada pelo Dr. Ruy Casaes, Cônsul-Geral do Brasil em Lisboa. Sem anular o problema de forma generalizada, talvez a explicação relativamente a violência sofrida pelas mulheres brasileiras deva-se ao estigma ou origem social que dificulta a sua adaptação. E o problema é agravado, tendo em conta que essas mulheres muitas vezes são reféns da própria situação, dada a existência de filhos do casal e a não autorização para deixarem o país ou, ainda, a dependência económica e do visto de residência. Mas o enfoque dado às brasileiras deve-se apenas ao facto de representarem a maior comunidade de imigrantes em Portugal.

É um tema que cada vez mais vem preocupando a comunidade internacional e que atinge homens e mulheres de todas as nacionalidades, classe social, nível económico ou educacional. A violência doméstica é só uma vertente de um problema maior: a discriminação, sob a forma de racismo ou xenofobia. Especificamente neste caso, importa recordar que o fenómeno somente pode ser debelado através da denúncia às autoridades competentes e, ademais, há a possibilidade de requerer ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) um visto autónomo para permanência no país. Há solução, portanto. 

Ultimamente tem-se falado mais sobre o racismo, notadamente no desporto, em razão de casos midiáticos que ganharam a imprensa e as redes sociais. No entanto, o racismo sempre existiu, é grave, é crime; a violência igualmente.

O link para assistir ao programa encontra-se aqui. É obrigatório para quem queira saber mais sobre o assunto ou utilizar as informações como objeto de pesquisa. 

terça-feira, 27 de maio de 2014

O melhor dos alfarrábios é o leitor

No mês passado o blog completou um ano de escrevinhos e partilhas. Foi um momento feliz, comemorado com os leitores, em especial com a Rute e sua família, escolhida e presenteada com o ensaio fotográfico realizado pelos Estúdios J.A.Santos. Precisava mostrar-vos o resultado: ficaram lindos, amorosos e a irradiar felicidade. A cara desses alfarrábios!



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Toda a verdade sobre o espermatozóide voador

A piada da semana passada foi o caso do espermatozóide voador dado a conhecer pelo site G17. Para quem não acompanhou, trata-se da história de uma menina de 19 anos, de Uberaba (Minas Gerais, Brasil), alegadamente virgem e que terá engravidado após ser vítima da tal espécie de espermatozóide, que segundo um cientista americano consegue voar até 500 metros a procura de um óvulo para fecundar. Calhou-lhe!

A história foi tão bem contada que muita gente boa acreditou. Até arrisquei a solução de, em breve, termos de inserir nos registos civis um novo tipo de filiação: Pai - Espermatozóide Voador Não Identificado (EVNI). Imagina só o problema criado para uma geração de filhos de pais desconhecidos e a proliferação de ações de reconhecimento de paternidade lançadas aos quatro ventos!? Insano!

Bem, hoje com calma e porque o dia começou mais cedo, perdi um pouquinho de tempo pesquisando notícias sobre o assunto. Pareceu-me que a notícia é antiga (2012) e que o G17 é um site brasileiro com conotação humorística, que satiriza com os veículos de informação. Tudo não passa de uma brincadeira, provavelmente inspirada na matéria americana sobre o Argus One ou espermatozóide voador como ficou mais conhecida a aeronave espiã lançada pelo Pentágono para fiscalizar áreas de interesse do país. De acordo com os criadores, o design garante maior estabilidade de vôo e controlo aerodinâmico, bem como dá a aeronave um tempo de vôo mais longo.

Portanto, meninas e meninos, do ar ainda só apanhamos constipações e outras viroses.




sexta-feira, 23 de maio de 2014

Música para a alma (Bandeira do Divino, Ivan Lins)

Porque é sexta e a minha alma necessita...


Bandeira do Divino
(Ivan Lins)

Os devotos do Divino vão abrir sua morada
Pra bandeira do menino ser bem-vinda, ser louvada, ai, ai
Deus nos salve esse devoto pela esmola em vosso nome
Dando água a quem tem sede, dando pão a quem tem fome, ai, ai

A bandeira acredita que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta, que essa casa seja santa, ai, ai
Que o perdão seja sagrado, que a fé seja infinita
Que o homem seja livre, que a justiça sobreviva, ai, ai

Assim como os três reis magos que seguiram a estrela guia
A bandeira segue em frente atrás de melhores dias
No estandarte vai escrito que ele voltará de novo
E o Rei será bendito, ele nascerá do povo,ai, ai


quinta-feira, 22 de maio de 2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

Verdade seja dita: "Maternidade, o lado B..."

Li por acaso este texto, do blog Lulu não dorme, por Giuliana Vaia, e tive um ataque de riso... um riso meio nervoso, daqueles que a gente expressa quando se confronta com uma verdade incômoda. Depois um alívio: somos todas feitas da mesma matéria! A única diferença é que algumas não contam. Adoro pessoas que contam, corajosas, que faz a gente se sentir "incluída". Mas antes, quero ressaltar uma coisa: As boas mães e os bons pais "passam-se", gritam, choram, cansam-se, discutem à frente dos filhos... são mortais, seres humanos com a sua carga e a sua matéria. No entanto, o que define-os é a sua imensa capacidade de dedicarem-se, amarem-se uns aos outros, perdoarem-se, aprenderem com os erros e acertos. E as crianças, estas, são infinitamente mais generosas do que nós. Se estão a crescer felizes, então está tudo bem, o mais provável é que acertamos. Agora leiam:       

"Me deu um ataque sincericida. E  de tanto ver mãezinhas falando oh- como- a- vida- é- boa-como- filho- é- mágico, que resolvi falar a verdade. Segurem.   
O que nunca ninguém me contou: (Por que meu deus? Por que?) Que aquelas fotos de book gravídico são tudo uma farsa. Mães sorrindo placidamente segurando a barriga e olhando o mar é photoshop emocional. Tudo atriz. A verdade é que na gravidez a gente incha, vira uma orca com elefantíase. Não acha posição na cama, se sufoca com a própria barriga, vive num mundo paralelo. Um mundo regido por hormônios. Que ora estão de bom humor, ora não. E ora não ora não ora não... 
Que passamos 9 meses numa montanha russa emocional com direito a vômitos. Muitos vômitos. Além de diarréias e gases em profusão. Sem contar as hemorróidas.  
Que quando vamos fazer ultrassom ou exames de sangue quase temos um ataque cardíaco de medo. Que acendemos velas, invocamos orixás, jogamos pipoca pra cima e sal grosso pra baixo. Fazemos promessas pra que no temido morfológico apareça o osso nasal, vinte dedos e um coração que bate. 
Que vamos todas corajosas levantar a bandeira do parto normal. Porque é o natural, é assim que deve ser. Sou forte. Sou índia. Vamo lá ficar de cóccix e botar uma vida pra fora. Só que atrás dessa bandeira estamos si-ca-gando de medo de aquela alcatra arregaçar nossas partes pudendas para todo sempre. Optamos então pela cesárea. SIM OPTAMOS, porque vivemos no Brasél e aqui pode se optar por. Mas claro que nas rodas matérnicas vou dizer que não foi opção, que minha filha tava com cabeça pra cima, que não tive contração e muito menos dilatação (na verdade, meu corpo usou esse mecanismo de defesa contra o medo) e dá-lhe cesárea.  
Mas quem disse que esse tipo de parto é simples, lindo, pimpão? Um corte de ponta a ponta na sua barriga do tipo ligue os pontos, formam um ‘smile’, aquela carinha sorridente, e que quando você olha no espelho, tem vontade de chorar e pensa: putaquepariu, me cortaram de cabo a rabo, nunca mais vão me amar. 
Mas isso não é nada perto do que esta por vir. O neném. Sim, o neném. 
Dizem os livros, revistas, amigos e parentes que você deve se sentir, (veja bem DEVE no sentido de dever, não de probabilidade), arrebatado por uma amor incondicional assim que pega seu filho nos braços. An.  E é nessa hora que você tem que dizer: meu deus que coisa linda! E foi nessa hora que eu disse: meu deus é um joelho? 
É amor?  Explosão de felicidade? Na hora do parto? Cheia de agulhas enfiadas nas veias? Com um corte de 10 cm da sua barriga, com oito camadas suas expostas à uma equipe que conta piadas de judeu enquanto cavoca o seu útero e joga uma gaze suja na sua coxa? O que chamam de amor eu chamo de me tirem daqui. Aflição. Só Madre Teresa, se não fosse Madre, sentiria essa amor imediato pulsante, incondicional, acredito eu. Ou Dalai lama. Tenho uma amiga  foi  um pouco mais além, mas cada um sabe de si, né? “Tirem esse verme daqui” foi o que ela proferiu quando viu seu bebê. Acontece, gente. Quem é mãe sabe que acontece, mesmo que vocês abafem isso e guardem num baú a 18 palmos da terra esse tipo de emoção. Isso volta hein? Hora ou outra isso volta pra você. E melhor jogar pra fora. E não precisa ser taxada de psicopata por isso, os hormônios estão ai pra isso, pra culpar-mo-lhos. Assim como a depressão pós parto. Lindo. Uma criança saudável, faminta, com cabelinhos até! mas que chora pra caralho. Uma criança que é capaz de chorar por 10 horas seguidas. Não há amor incondicional que suporte o Baby Blues sem sucumbir. 
Nesse momento você olha para a janela do hospital. Confere se é alta. É alta. Sim!!!Pensamentos suicidas ou homicidas (que inclui todos aqueles parentes distantes que vão te ver pelada no hospital), passam a todo instante na cabeça das pobres mães. É, pobres mães, porque a gente não tem culpa de ser nardoni nessas horas. É uma coisa de deus, ou do diabo sei la. Mas não é da gente. É do universo, porra. 
Daí ce leva o verminho pra casa, já sentindo alguma afeição entre um bocejo e outro, entre uma regurgitação e outra, entre um putaquepariu e outro.  Ele ri, você ri, ele chora, você chora, ele ri, você chora, você chora e ele chora, choramos. Choramos muito. Choramos por cansaço, por não saber lidar e por solidão. Sim solidão. Sentimos uma solidão intrínseca-visceral. Mesmo com alguenzinho grudado em seu peito, nos sentimos sozinhas. Adultas sozinhas, adultas crianças. Somos crianças e mais uma vez choramos. Desamparadas pela vida e por todos os nossos entes queridos mesmo que eles estejam no mesmo cômodo que nós. Não dá pra explicar. Só quem já foi mãe de um bebê de 1 mês sabe. SABE SIM do que tô falando. Não dissimulem.  
Daí ele cresce um tico, já levanta aquela cabeça balançante tipo cachorrinho- de- porta- mala- de- carro-de-pobre e você pensa WOW, tomara que comece a andar logo, minhas costas não aguentam mais esse peso. Quem ele pensa que eu sou? Um burro de carga? E lá vai você fritar bife com o pingente no colo; fazer cocô com ele te sorrindo no bebê- conforto posicionado estrategicamente a frente do vaso sanitário,   tomar banho enquanto ele cochila escorado por almofadas na sua cama “e se ele virar e cair?”  daí ce corre do banho enrolada precariamente numa toalha, pingando sangue. Ahhh sim, ninguém me disse que eu hemorragiria por quase 90 dias após o parto. E que gastaria em modess o equivalente a um Sandero 2012. Fora as vezes que você tem que almoçar com com ele penduradinho nas suas tetas. Quem nunca? 
Tetas. Tetas sim. Seios não pra quem nunca amamentou. Porque a gente se sente uma vaca. Uma vaca esperando a hora do abate, que nunca chega. 
Quantas vezes esqueci, ou não deu tempo de jantar, de tomar banho, adiar o xixi ate sua bexiga implorar por um Pyridium na veia? 
Fora a vaidade. Que vaidade? Passamos a evitar colares, pulseiras, brincos e anéis, porque machucam os bebês e eles podem arrancam e se você tiver um milésimo de segundo distraída eles enfiam na boca e engolem felizes o seu anel de ouro rosa da Vivara, aquele que você que tá pagando a quinta parcela ainda. Corremos pro hospital preocupadas com a saúde deles, em prantos, e depois que o anel sai esquecemos eles no canto e vamos lá limpar  toda a bosta da nossa jóia, amaldiçoando a nossa criança. 
Daí começam a andar, ahhhh que legal o andar! Essa fase é mágica, se você mãe, for maratonista. Por que só assim pra dar conta de correr atrás de 80 centímentros hiperativos all day long. Você cansa. Cansa demais e pensa... porque ele foi andar tão rápido meu deus?! Na verdade eles não aprendem a andar e sim a correr. Já nascem Robson Caetano. 
Começa aí a aparecer alguma independência. Ufa! Você já pode ir pra cozinha cortar meia cebola enquanto ele fica na sala enfiando o controle remoto na boca, e você pede pra tirar, e ele põe e você pede e ele põe, ad infinitum. Daí ce desiste e aproveita pra chorar botando a culpa na maldita cebola. Mas leitora, não é a cebola que te faz chorar, é o seu filho, não se enganem. 
Ter um bebê exaure, suga, chupa sua força. Ter uma criança exaure, suga chupa, engole, extingue suas forças. Dizem que na adolescência essa progressão aritmética piora. Oremos. 
Falando em orar, eu até rezava antes de dormir, quando grávida. Depois n-u-n-c-a mais lembrei. Esqueci o Pai Nosso, o Salve Rainha, a Ave Maria. Só lembro do Credo. Credo que canseira, credo que feia que eu tô, credo que gorda, credo que vida!!!! 
Vida social, esquece. Vida social de mãe de bebê é ir no supermercado e compartilhar os benefícios do Prebio1 no corredor de leite em pó. É saber que a Pampers absorve bem menos xixi que a Huggies, mas pra cocô é excelente. E o cocô hein? Milho inteiro e confundir beterraba com sangue é motivo recorrente de pânico pra mães desavisadas. Dá-lhe pediatra. Pobre médico de mãe de primeira viagem; esse ser é o que mais sofre. É cada pergunta, que hoje, quando lembro que liguei as 5 da manhã pra perguntar o que fazia com uma picada de pernilongo, me faz querer morrer. Mentira. Foda-se o médico. Ninguém mandou ser pediatra. 
Aí chega o momento de os pimpolhos frequentarem a escolinha. Você começa a vislumbrar a sua independência. Seus braços ficam livres por meio período e você pode dormir. Pode? Não, não pode.  Você tem que lavar louça, roupa, chorar, fazer comida, chorar, trabalhar, chorar, tomar banho-se der- e ir buscar ele na escola. O que você fez nessas quatros horas? Viveu? Não. Sobreviveu a mais um dia. Tipo AA – mais um dia. 
Se você for casada, chega a noite, entre um acordar e outro de seu filho, vem maridão encostar o pé gelado no seu. Se ele tiver sorte, você nem acerta o saco dele. Mas a intenção é essa.  E quando você não tem marido, você se sente uma miserável por nem ter um pé gelado pra se enroscar com o seu. 
E quando calha de além de ingressarem na escola, os filhotes desmamarem? Ohhhhh independência máster. E se adicionar o desfralde? Isso é vida!! Engano ledo (mais um). Xixi por toda a parte, xixi de noite, xixi de dia, xixi na calça, xixi na cadeirinha do carro, xixi no shopping. Fora o cocô. Vida de cão. Nessas horas seus peitos já estão no chão, junto com sua auto estima. Peitos no chão, perna mijada, feijão no dente,  cabelo bicolor. Reze pra estar na onda do ombrè hair na época que seu filho nascer. Ou melhor antes de nascer, porque na gravidez é expressamente proibido tingir o cabelo (mas isso burlamos, viu ginecos? Temos técnicas transcendentais para isso) 
Fora isso tudo aí supracitado, tem as birras em locais públicos e não públicos, tem os pesadelos, tem o terror noturno, tem o vamos brincar quando você chegar do trabalho, tem o não quero brócolis só chocolate, tem o posso dormir aqui com você, tem o... 
A lista é infinita e minha filha não tem nem 3 anos. 
Mas sou a favor da sinceridade para com as outras mães. Conto. Conto tudo mesmo, para que pensem 2, 3, 4, 8 vezes antes de abrirem as pernas sem camisinha. 
Ser mãe é padecer. O paraíso é história pra boi dormir. – eu podia ter tido um filho boi. Pelo menos dormia. (apagar)  
PS1: Claro que tem o lado A, mas esse todo mundo conta. Quando sarar minha TPM eu conto.  
PS pra mim: excluir esse post do blog assim que Lulu for alfabetizada."

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dia Internacional da Família

Hoje celebra-se o Dia Internacional da Família. A data foi escolhida em Assembleia Geral das Nações Unidas, pela Resolução n.º 47/237, de 20 de Setembro de 1993, com o objetivo de destacar a importância das famílias como unidades básicas da sociedade. Neste dia, desde 1994, promove-se a discussão do conceito de família em diversos setores da sociedade pelo mundo inteiro, notadamente:
  • A importância da família na estrutura do núcleo familiar e o seu relevo na base da educação infantil;
  • Reforçar a mensagem de união, amor, respeito e compreensão necessárias para o bom relacionamento de todos os elementos que compõem a família;
  • Chamar a atenção da população para a importância da família como núcleo vital da sociedade e para os direitos e responsabilidades desta;
  • Sensibilizar e promover o conhecimento relacionado com as questões sociais, económicas e demográficas que afetam a família.
É importante lembrar que com a evolução da sociedade o conceito de família também evoluiu. Os modelos familiares de hoje englobam os mais diferentes papéis do pai e da mãe, ultrapassando os antigos estatutos de chefe de família e chefe do lar, respetivamente. Fatores como alterações do mercado de trabalho e a independência da mulher modificaram consideravelmente o padrão até há pouco tempo difundido, sendo também uma das causas para a redução da taxa de natalidade em diversos países do mundo.

Portanto, vamos hoje comemorar esse dia, difundido o amor entre nós, famílias de todos os gêneros.

  

terça-feira, 13 de maio de 2014

O Império dos Filhos


Todos os pais sabem o quanto pode ser difícil dizer um "não" ou não ceder a um apelo berrante de um filho, quanto mais não seja para fazê-lo calar e nos deixar construir uma frase... ou responder a um e-mail... ou assistir o noticiário... ou mesmo descansar depois de um dia de trabalho exaustivo. O problema é que, por cansaço ou por preguiça, podemos estar a contribuir para a construção de um lar - tomado em proporções maiores, de um mundo - onde os filhos desta geração, crianças ou jovens, sentem-se soberanos. Sem nos aperceber, passamos de um extremo a outro: de uma educação autoritária comandada por pais e educadores tiranos à uma espécie de anarquia doméstica, um reino encantado de príncipes e princesas, fadas celestiais e gênios da lâmpada mágica. Os filhos da nossa geração de pais quase que não podem ter os seus desejos frustrados; desejos estes que vão seguindo a tendência dos outros. É tudo altamente massificado, formatado, uniformizado até atingir o ponto da "normalidade". Por outro lado, se queremos ter filhos criativos, filhos com alguma responsabilidade social, filhos que possivelmente serão adultos produtivos, temos de contrariá-los. Mas o que vemos hoje são jovens, sobretudo, sem espírito de sacrifício. A verdade é que os bancos das escolas e o mercado de trabalho estão abarrotados de desistentes: pseudo-adultos sem preparo para derrotas e insucessos da vida, não programados para enfrentar dificuldades. Falando com propriedade de mãe, penso que é importante, desde cedo, incutir pequenas responsabilidades nas crianças, como por exemplo o cuidado com os materiais e uniformes escolares, os alimentos, as brincadeiras a seguir aos trabalhos de casa. E mesmo que possamos, mesmo que todos na escola já tenham terminado aquela caderneta de cromos, é importante fazê-los sentir que "todos" não é o nosso caso e tanto ou mais importante do que "ter" é "conseguir" ou "merecer". A ideia de "escolhas" é algo de grande valor, isto é: fazê-los entender que poder escolher entre determinadas opções já é uma grande sorte, pois não se pode ter tudo. Há quem não possa ter nada. Os nossos filhos precisam reconhecer a autoridade (o que difere de autoritarismo) dos pais e educadores, assim como nós reconhecemos a autoridade dos nossos superiores em tantas outras esferas da vida. E que mal há nisto? 

Estes dias isso tem-me consumido. Aborrece-me a preguiça, o cansaço por tão pouco esforço, a frustração por descobrir já tarde que, aliás, não se é tão especial quanto se julga. E, se calhar, nós pais desta geração temos a nossa parcela de culpa: estamos a criar um Império onde os filhos é que mandam. Preocupa-me o mundo - o mundo deles - governado por pessoas assim.         

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Alienação parental («A morte inventada»)

O mês passado foi marcado pelo Dia Internacional contra a Alienação Parental (25 de Abril). Pouco se falou sobre isso. E no mesmo mês (4 de Abril), na cidade brasileira de Três Passos (Rio Grande do Sul), uma tragédia chamou a atenção para o grave problema da alienação parental levado às últimas consequências: a morte do menino Bernardo Boldrini, 11 anos, perpetrada pelo pai e madrasta. Bernardo era órfão de mãe (em razão do suicídio desta) e queixava-se de carência afetiva; procurou a Justiça suplicando que o colocassem numa família de substituição. O pai impedia-lhe de contatar e ver a avó materna que, na ausência da mãe, deveria fazer as vezes desta. Mas apesar do Ministério Público instaurar uma ação contra o pai por negligência afetiva e abandono familiar, o Judiciário manteve Bernardo com o pai e madrasta. Lamentavelmente, esta tragédia poderia ter sido evitada se, constatada e declarada a alienação parental do pai relativamente à avó, fosse-lhe conferida a convivência familiar com o neto ou mesmo a guarda compartilhada.

A questão é que o assunto da alienação parental ainda é pouco valorizado pelo Judiciário, em que pese ser patente nas audiências de disputa de custódia de crianças e regulamentação de visitas no contexto de processos de divórcio carregado de mágoas; cujos litígios, maioritariamente, desembocam em ofensas ao outro e na luta pela exclusividade dos filhos. Neste aspeto, as mulheres (predominantemente por deterem a guarda) constituem a grande maioria enquanto "alienante" ou são quem normalmente obstaculizam a convivência dos filhos com os pais, sendo a consequência mais grave a completa destruição dos vínculos afetivos entre o menor e o genitor "alienado".  

Mas o que é mesmo a alienação parental? A expressão foi cunhada em 1985 pelo psiquiatra infantil norte-americano Richard A. Gardner, que relatou-a como o abuso emocional ou "campanha denegritória contra um dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor (o que faz a 'lavagem cerebral, programação, doutrinação') e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo. Quando o abuso e/ou negligência parentais verdadeiros estão presentes, a animosidade da criança pode ser justificada, e assim a explicação de Síndrome de Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável" (apud Yves A. R. Zamataro, in: Migalhas «Alienação parental no direito brasileiro», de 15-05-2013). 

No entanto, é preciso demarcar a diferença entre a alienação parental (AP) evidenciada em sede judicial e a síndrome da alienação parental (SAP), esta de contornos mais graves, associada "aos efeitos patológicos suportados pelo menor, padecente do controle totalitário do guardião, a ponto de desaprovar e rejeitar o outro genitor, anulando-o como referência". O impedimento ao livre exercício do direito de convívio externalizado pelas visitas interceptadas pode se notar através de atos ou "Obstáculos a uma regular convivência com o filho, embaraços provocados ao regular exercício do direito de visita, estorvos frequentes a dificultar o poder parental do genitor" (Jones Figueirêdo Alves, in: Migalhas «Alienação parental: ilicitude ou síndrome», de 31-01-2014). Atente-se, no entanto, que a SAP não está incluída no catálogo de doenças psíquicas internacionalmente aceites, por não ser reconhecida com status científico. Em todo o caso, para uma análise mais aprofundada sobre os possíveis sintomas desenvolvidos pelo menor, dentre os quais "ansiedade, medo, insegurança, isolamento, depressão, comportamento hostil, falta de organização, dificuldade na escola, dupla personalidade" e, no futuro, "dificuldades de relação com autoridade; problemas de identidade sexual; desenvolvimento de doenças psicossomáticas; baixa autoconfiança; dificuldade no estabelecimento de relações interpessoais afetuosas e saudáveis", veja-se Migalhas «Alienação parental merece atenção da sociedade», de 24-04-2014; também, Alienação Parental - Texto do Juiz Des. do Tribunal da Relação de Évora José Bernardo Domingos, de 24-06-2009.     

No Brasil, há lei específica a regulamentar a matéria - a Lei nº 12.318, de 26 de Agosto de 2010 -, que define no seu Art. 2º a alienação parental como "a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este". E exemplifica: "I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós". Em Portugal, a alienação parental é tratada através dos dispositivos do Código Civil e pela jurisprudência dos Tribunais.

É muito importante informar as pessoas dos sintomas e do perigo da alienação parental não só para os menores, verdadeiros órfãos de pais vivos, como também para os pais privados da convivência e da participação na educação e no desenvolvimento dos seus filhos. A melhor atitude é sem dúvida a preventiva: se sentem ou se conhecem casos de alienação parental, devem informar, consultar e pedir ajuda a um psicoterapeuta ou alguém de confiança. Especialistas explicam que o comportamento pode acontecer de maneira inconsciente, de modo que é preciso chamar a atenção para o caso de percecionarem alguns desses sintomas ou evidências. Mas instalada a alienação parental, o melhor é buscar o aconselhamento de um advogado e, sendo o caso, levar ao conhecimento da Justiça.  Lembrem-se: seja por desamor, seja pelos motivos mais dolorosos, uma relação conjugal pode chegar ao fim. Mas por pior que seja a situação, os filhos devem ser preservados das mágoas, culpas e diferenças dos seus pais.     

domingo, 4 de maio de 2014

A melhor prenda do Dia da Mãe

 "- Mamã, tenho uma surpresa para ti. Vem cá a sala. Senta aqui. Vou pôr uma música para tu dançares." - Dizia isto a minha pirralha de 6 anos, com o iPad ao colo, a fazer uma busca no YouTube. E continuava: "- Não olhes! Senta aqui. Agora já podes."


Foi assim que começou o nosso Dia da Mãe: ao som dançante do meu baiano predileto, o Caetano. Todos nós a dançar, eu feliz e orgulhosa, pensando comigo: "- Como pode ela já me conhecer tão bem?". Passei o resto do dia dedicada a elas, a sorrir, deliciada com os meus dois pedaços de marshmallows. Não há alegria maior em minha vida do que ser a mãe delas!