Há sete anos atrás, numa quinta-feira ensolarada, dirigimos-nos à Mafra para nos casar. Sem testemunhas, sem padrinhos, ao nosso modo. Ele tratou do necessário, desde o bolo de casamento à viagem de lua de mel. Ao seu modo. E parece que foi ontem!
Olhando para nós, os mais românticos pensarão: "Eles são tão felizes!"; os céticos dirão: "Não, são mesmo uns grandes sortudos!" e outros ainda nos acharão enjoados, piegas demais! Pois, também concordo. Não há nada mais lamechas que casais felizes. Mas é claro que não somos sempre felizes! É evidente que somos diferentes, muitas vezes pensamos diferente, temos gostos diferentes, opiniões diferentes... e chocamos-nos. Então, perguntar-se-ão: "Mas como é que aparentam sempre tão bem?". A verdade é que, mesmo diferentes, não somos contraditórios. E temos uma vontade enorme de ficar juntos! Gostamos de voltar um para o outro, de alimentar nossos sonhos, cuidar de nós, planear o futuro. Com uma dose valente de amor, que às vezes estremece com o cansaço e com a rotina, é assim que, há sete anos, mantemos-nos.
O que eu posso dizer do amor? Que o amor é isto, sem tirar nem pôr. Que o amor não nos anula: Não me faz gostar de praias com vento, nem o faz gostar de ler; não me faz adorar o campismo, nem o faz sonhar com férias num resort tropical; não me faz perceber de fotografia, nem a ele patavinas sobre algumas coisas que escrevo. Ele tem pressa de viver, eu ando mais devagar; ele gosta de viajar para andar de moto, sentir a areia e o vento, eu ainda quero ir a Paris; eu fico triste no inverno e ele tem paciência; ele me trata por "tu" e para mim ele é "você". No entanto, apaixonei-me porque ele falava baixinho e eu precisava de silêncio. Daí por diante, aprendemos a conversar, a ouvir e muitas, mas muitas vezes mesmo, a fazer concessões. É assim que, há sete anos, mantemos-nos.
Não pensem que tenho fórmulas para um casamento bem sucedido... era bom que as tivesse! Talvez, cada casal vá aos poucos encontrando a engrenagem do funcionamento a dois e a vá aperfeiçoando, ano após ano, ou não. Dizem que esperemos pela crise dos sete, mas imagino que haja crise todos os anos. Acho que com o passar do tempo amadurecemos, mudamos e o casamento deve ser capaz de acompanhar essas transformações. O que pode haver são pessoas que se destroem, que são nocivas umas para as outras e que, por isso, não são melhores juntas mas quanto a isto não há nada a fazer, há só que saber identificar. E há ainda aquelas que, vivendo juntas, recusam-se terminantemente a casarem-se, pois sendo o casamento um contrato, isto haveria de mudar tudo. Tudo bem, pode fazer sentido mas ainda assim, para mim, não há contrato mais bonito do que o de um pacto de amor.
Poderia ficar o dia inteiro escrevendo em linhas mais ou menos direitas o meu testemunho de amor sincero. Bem, não quero correr o risco de parecer lamechas e, na verdade, quero só responder ao homem que há sete anos me convence escrevendo coisas como esta:
Olhando para nós, os mais românticos pensarão: "Eles são tão felizes!"; os céticos dirão: "Não, são mesmo uns grandes sortudos!" e outros ainda nos acharão enjoados, piegas demais! Pois, também concordo. Não há nada mais lamechas que casais felizes. Mas é claro que não somos sempre felizes! É evidente que somos diferentes, muitas vezes pensamos diferente, temos gostos diferentes, opiniões diferentes... e chocamos-nos. Então, perguntar-se-ão: "Mas como é que aparentam sempre tão bem?". A verdade é que, mesmo diferentes, não somos contraditórios. E temos uma vontade enorme de ficar juntos! Gostamos de voltar um para o outro, de alimentar nossos sonhos, cuidar de nós, planear o futuro. Com uma dose valente de amor, que às vezes estremece com o cansaço e com a rotina, é assim que, há sete anos, mantemos-nos.
O que eu posso dizer do amor? Que o amor é isto, sem tirar nem pôr. Que o amor não nos anula: Não me faz gostar de praias com vento, nem o faz gostar de ler; não me faz adorar o campismo, nem o faz sonhar com férias num resort tropical; não me faz perceber de fotografia, nem a ele patavinas sobre algumas coisas que escrevo. Ele tem pressa de viver, eu ando mais devagar; ele gosta de viajar para andar de moto, sentir a areia e o vento, eu ainda quero ir a Paris; eu fico triste no inverno e ele tem paciência; ele me trata por "tu" e para mim ele é "você". No entanto, apaixonei-me porque ele falava baixinho e eu precisava de silêncio. Daí por diante, aprendemos a conversar, a ouvir e muitas, mas muitas vezes mesmo, a fazer concessões. É assim que, há sete anos, mantemos-nos.
Não pensem que tenho fórmulas para um casamento bem sucedido... era bom que as tivesse! Talvez, cada casal vá aos poucos encontrando a engrenagem do funcionamento a dois e a vá aperfeiçoando, ano após ano, ou não. Dizem que esperemos pela crise dos sete, mas imagino que haja crise todos os anos. Acho que com o passar do tempo amadurecemos, mudamos e o casamento deve ser capaz de acompanhar essas transformações. O que pode haver são pessoas que se destroem, que são nocivas umas para as outras e que, por isso, não são melhores juntas mas quanto a isto não há nada a fazer, há só que saber identificar. E há ainda aquelas que, vivendo juntas, recusam-se terminantemente a casarem-se, pois sendo o casamento um contrato, isto haveria de mudar tudo. Tudo bem, pode fazer sentido mas ainda assim, para mim, não há contrato mais bonito do que o de um pacto de amor.
Poderia ficar o dia inteiro escrevendo em linhas mais ou menos direitas o meu testemunho de amor sincero. Bem, não quero correr o risco de parecer lamechas e, na verdade, quero só responder ao homem que há sete anos me convence escrevendo coisas como esta:
"Gosto cada vez mais de ti e estes 7 anos de casamento passaram bem, sou feliz contigo e quero ficar velhinho ao teu lado, com ou sem caravanas, com ou sem campismos, com ou sem apartamentos no Algarve... Pensa nas meninas, pensa nas vivências de viajar (eu sei que gostas)."
Que:
"... também quero muito ficar velhinha ao teu lado, com ou sem casa no Algarve. O campismo, você sabe, não é que goste, mas faço qualquer coisa por você e pelas meninas, peço só que sejam prudentes comigo... eu confio em ti!"E assim, fico a pensar: se tivesse de voltar sete anos atrás, me casava outra vez... com o mesmo homem... repetidas vezes!