quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Convocatória: Educar para a igualdade e a não violência. Nosso silêncio nos faz cúmplices.

Está a decorrer em Lisboa, hoje e amanhã, a Conferência Internacional A Convenção de Istambul e os Crimes Sexuais, promovida pela APMJ - Associação Portuguesa de Mulheres Juristas, no âmbito da celebração do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher (25 de Novembro).

Acabei de ouvir: 

"A prostituição não é a profissão mais antiga do mundo. A prostituição é a forma de violência sobre as mulheres mais antiga do mundo." (Dep. José Mendes Bota, Conselho da Europa)
"Se a nossa linguagem é masculina, a nossa imaginação é masculina." (Dra. Teresa Féria, Juíza Desembargadora)

E entre outras coisas importantes, falou-se sobre a nossa passividade diante da violência doméstica. Mesmo sem sermos agressores, saber que a violência vitima a nossa família, o nosso bairro ou a nossa casa vizinha, e nada fazer, também é uma forma de perpetuá-la. Falou-se sobre a importância de discutirmos o assunto, que deveria ser matéria imposta nos planos curriculares do ensino básico e secundário, tal como prevê a Convenção de Istambul, vinculativa para os Estados-membros signatários, inclusive Portugal. 

Por isso, se pelo menos as nossas escolas não abordam o assunto de forma obrigatória, como deveria, pensei que uma forma de minimizar a lacuna é discuti-lo em nossas casas, em prol de todos nós. Decidi que hoje, depois do jantar, vou reunir minha família para falarmos sobre a igualdade entre homens e mulheres, meninos e meninas, e a não violência entre nós. Convoco-os a fazerem o mesmo em casa: uma tertúlia sobre a igualdade e a paz. Terminamos com um desenho sobre aquilo que sentimos e partilhamos na nossa página do Facebook, o que acham?

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Dia de crescidas

Ainda assim, como conto tudo, para além de hoje ser o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, é um dia combativo e feliz, um dia a ser recordado também pelo feito de duas meninas crescidas.

ISA, mais referida por nós como "a prima", hoje deixou o hospital depois de 15 dias de internamento. Foram 15 dias angustiantes, sobressaltados por medos que nos tomaram a alma. Quis sair vestida de Branca de Neve, a pequena teimosa! E assim fez-se a sua vontade. 

Merecidamente.

EVA, a nossa pequena "Su", como é peculiar à personalidade já fincada apesar dos 3 anos que por vezes deixam a mãe aqui de cabelos em pé, ontem, para nossa surpresa, desconfiança e gargalhadas, decretou: - Já sou uma crescida. Hoje durmo sem dois bubus. Referia-se às duas chuchas que acompanham-lhe desde que nasceu. Sim, porque com a Su não bastava uma, tinha mesmo de ser duas! E assim fez-se a sua vontade.

Merecidamente, já agora, digo eu. Dormi uma noite santa, sem ter de levantar-me a procura de dois bubus.

Benditas meninas crescidas! :D

Violência contra as Mulheres? Basta!

25 de Novembro é assinalado como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres. Um dia para lembrar que:

  • 7 em cada 10 mulheres no mundo já foram ou serão violentadas em algum momento da vida (ONU);
  • O feminicídio é o assassinato intencional de mulheres apenas por serem mulheres (OMS);
  • Mais de 35% dos assassinatos de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo (OMS e Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres).
  • Mais de 5 mil mulheres no mundo são mortas por ano por crime de honra (ONU);
  • 25 mil mulheres recém-casadas são mortas ou mutiladas a cada ano em razão de violência relacionada ao dote;
  • Mais de 100 milhões de meninas poderão ser vítimas de casamentos forçados nas próximas décadas (UNICEF);
  • Cerca de 6 mil mulheres por dia sofrem mutilação genital (ONU).

Basta de violência!

Fonte: Terra.  


domingo, 9 de novembro de 2014

Até logo!

Deve ter reparado que escrevo menos. Há dias em que passo, deixo uma nota, mas os textos estão escassos. Ainda assim, vou pincelando lá pela página do Facebook uns comentários, imagens, sentimentos mais imediatos. 

Ando triste. É que escrever para mim é uma necessidade. Acontece que a vida é um suceder de escolhas e a verdade, aquela que me persegue, é a constatação mais que evidente de que o tempo não dá para tudo. Tanto que brigo com o tempo! Rendi-me. 

Ando a dormir mal. A minha consciência me acorda a meio da noite. Sabe, a tese? É ela, boa parte da minha culpa vem dela. É ela que me assolapa o sono. Mas só quem a enfrenta sabe o quanto é viciante esse desafio e ao mesmo tempo tão medonho! A dada altura, é tão enfadonho, que é preciso encher-se de forças para enfrenta-la, dia após dia, no silêncio das respostas que procuramos. É tão fácil relega-la!  

Hoje, porém, uma das respostas veio a seguir a um desabafo com uma amiga. Ela, que há pouco tempo passou pelo mesmo e me entende bem, disse-me o que eu precisava ouvir. Disse-me que a tese deve ser encarada com base no lema dos alcoólicos anónimos: Um dia de cada vez. Sem pensar no que já deveria ter escrito, ir escrevendo, um-dia-de-cada-vez

E foi depois dessa conversa que decidi dizer "Até logo". Não era preciso, eu sei, mesmo porque possivelmente virei aqui, entre uma coisa e outra, como sempre desejei que fosse. Mas agora virei menos, por necessidade. Prometa que virá revisitar os posts antigos, pois enquanto for assim, manteremos esse cantinho vivo!? Com sorte, será um "Até logo-breve". Não despeço-me, vou dando notícias mais espaçadas. Não desista de, vez por outra, vir espreitar.     

O silêncio acompanha aqueles que, como eu, fazem da escrita o seu grito, o seu coração, a sua ferramenta... 

Até logo!