segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Educação, para todos!

Hoje passei toda a manhã na reunião de início do ano letivo na escola de minha filha, agora oficialmente aluna do 1º ano. Auditório cheio de pais ansiosos e cheio de dúvidas, solene boas vindas, desfile de professores, visita à sala de aula, livros e materiais entregues, escolha das atividades desportivas (uma, duas ou três?), explicações sobre as atividades curriculares e extracurriculares, autorização para sair, autorização para medicar, autorização para ser filmado, horário para entrar, horário para sair, número de faltas justificadas igual a faltas injustificadas e um rol infindável de uniformes e equipamentos que nunca devem ser misturados ou trocados entre si: um para dias comemorativos ou visitas de estudo, um para natação (com especificações detalhadas), um para dança, um para ginástica acrobática e expressão físico-motora, tudo isso um para o verão e outro para o inverno, além de tênis e sapatilhas, uns para aulas externas e outros para aulas no pavilhão.
 
Uma pessoa sai de lá pensando em procurar um curso preparatório para pais em idade escolar! Mas, acima de tudo, para além de uma alegria natural e a certeza de que nossa pequena está a ter aquilo que consideramos o melhor que podemos lhe proporcionar em termos pedagógicos (com esforço!), por um momento senti um certo desconforto ao pensar no universo de crianças que não têm a mesma sorte (salvo quando são outras as legítimas opções dos pais!). E pensei, não sem alguma culpa: "Era assim que deveria ser, a regra, para todos!". Por outro lado, todos os dias abrimos os jornais e o que mais lemos são cortes na educação, escolas encerradas, professores no desemprego, evasão no ensino superior, para já não falar nos países com graves problemas estruturais.
 
Como uma coisa puxa a outra, e no esforço de redimensionar o meu mal estar, lembrei de outra questão da qual muitas vezes nos esquecemos, que é a importância de educarmos nossas crianças em casa, a partir de casa. A escola, por melhor ou pior que seja, não educa e nem ensina, sozinha, as nossas crianças. Este é sem dúvida um trabalho conjunto, iniciado em casa e continuado na escola (e vice-versa), com a colaboração de todos. Mas às vezes, por falta de tempo, somos tentados a encher a agenda de nossos filhos com atividades, delegando à escola ou aos professores aquilo que não conseguimos fazer por eles. E, assim, acabam por passar mais tempo na escola do que conosco. Eu sei que não é fácil, falo por mim! Entretanto, isto se aviva quando recordo que, por razões  profissionais, diversas vezes deparei-me com jovens de família funcional e bom nível educacional, mas que não impediu que tivessem sérios problemas sociais. É claro que as razões são as mais variadas, nem sempre podem ser isoladas, mas o certo, o incontestável, é que a ausência dos pais a escola não consegue suprir. E as consequências podem ser catastróficas... para todos!
 
Assim sendo, para dar largada ao novo ano letivo, elegi este pensamento do filósofo grego Pitágoras (Sec. VI, a.C.), que considero como um ideal de educação a ser cumprido por todos nós, pais, responsáveis e educadores:  
              

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