Sabem, o paraíso? Existe. Fica por ali, entre Lagos e Sagres, na região do Algarve, Portugal. Tem a Ponta da Piedade (Lagos), "provavelmente a praia mais bonita do mundo", segundo o jornal americano Huffington Post. Não é bem uma praia, é mais uma combinação rochosa de cavernas e grutas - verdadeiramente difícil de olhar, de tanta beleza que se vê, como declara o Huffington Post. E tem também a Praia do Martinhal (Sagres), silenciosa como o céu. É lá que descansamos, refugiamos, esquecemos... é lá o nosso paraíso.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Cenas da Eva e outros cocós...
Para descontrair...
No pequeno-almoço só nosso:
- Mããããeeee... cala-te.
- Mas eu não tou falando nada, Evinha!
Ela, muito séria, abaixa a cabeça sobre a mesa, esconde-se e continua:
- Mããããeeee... fecha os olhos.
Ouço de lá um grunhido qualquer e já nem me atrevo a interromper...
- Mãe, fiz cocó.
- Já sabia, Eva. Foi por isso que você me mandou fechar os olhos? Como se eu não tivesse nariz! :(
É assim a minha Eva.
sábado, 21 de junho de 2014
Um presente lindo para uma pessoa linda
Nós, o blog e os Estúdios J.A.Santos, simplesmente adoramos proporcionar um presente que ficou tão lindo para uma pessoa linda...
Parabéns à amiga e leitora Rute Marques! O resultado do ensaio fotográfico ficou deslumbrante.
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Mulher independente vs. Mulher para casar
Hoje acordei às 06h30. Quer dizer, acordaram-me! Já faz parte da minha rotina diária ser acordada uma, duas, três vezes durante a noite ou levantar-me bem antes do alarme soar. Em seguida, enquanto tiro uma das meninas da cama, passo-lhe protetor solar, visto-a, dou-lhe o pequeno almoço e despacho-a rápido para a escola; a outra berra pela "papa da mãããeee", faz cocó e a esta altura já eu me visto, tomo minhas vitaminas, lavo os dentes (de ambas), preparo-a para a deixar na escola... pego o saco do ginásio (se não der para ir hoje, irei amanhã!), do computador, mochila da pequena, chuchas (duas!), brinquedos... tudo mais ou menos ao mesmo tempo. Às 9h00 já estou na frutaria mais próxima do bairro, volto à casa, deixo um bilhete com orientações e às 10h00 supostamente começa o meu dia. Antes, atualizo-me, falo com colegas, ouço e desabafo, respondo e-mails, às vezes escrevo... e depois de facto começo a trabalhar. É mais ou menos assim mas se tivessem me dito que assim seria nos meus tempos de solteira, provavelmente eu riria alto e diria: - Impossível!
Fui uma mulher parecida com a Ruth Manus, de certo modo fui programada para ser independente. E, em tempos, já me orgulhei muito disto! Tenho hoje uma caixa cheia de sapatos de saltos muito altos, guardada. Já não são "funcionais" e dificultam-me a vida, quando não dão-me jeito se tenho de levar uma das crianças ao colo. É verdade que o marido às vezes solta uma de suas críticas pretensiosamente engraçadas, daquelas do género: "- Tás sempre com os calcanhares no chão..."; mas eu acho mesmo é que tenho os pés fincados no chão, sei onde o calo me dói.
Depois, tem aquela questão do "próprio dinheiro", que rapidamente passa a ser o "dinheiro da família". Ainda assim, há de sobrar algum para as necessidades básicas de uma mulher... a bem da família.
Também não ensinaram-me a cozinhar. Aprendi, ainda hoje aprendo. Sou adepta da "cozinha fácil e rápida" mas quando quero (preciso!) vou ao Google e saco receitas básicas, experimento e fico satisfeita. Além de impressões sobre assuntos e artigos científicos, troco com amigas receitas de culinária. E vem dando certo.
Do que tenho mesmo pena é de não ter aprendido com a minha mãe a costurar (dava-me muito jeito nas festas das crianças!); no entanto sei pregar botões e fazer pequenos remendos, o que já não é mal.
No mais, aprendi a trocar fraldas como ninguém, da mesma forma como aprendi sozinha a conduzir assim que comprei o meu primeiro carro (sei que a ordem não deveria ser essa mas eu era uma jovem de 24 anos independente demais!); sou capaz de lavar um carro se me apetecer e sei exatamente distinguir materiais de limpeza. Continuo a não gostar de ganhar eletrodomésticos de presente de aniversário e de ser questionada sobre o que faço com as horas do meu dia. Contudo, licenciei-me, empreguei-me, pós-graduei-me, viajei, tirei o mestrado, despedi-me e casei-me (as duas decisões mais difíceis da minha vida). Como seria expectável, recomecei. Hoje, enquanto vejo as minhas filhas crescerem, tiro o doutoramento. Diria: resquícios de "uma mulher que voa", criada para "encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão". Sobre isto, conservo os amigos (masculinos e do género) de antes, angario novos amigos e nunca nenhum deles desconsiderou a minha condição de "mulher casada". Bom que se diga que liberdade, amor e respeito combinam-se perfeitamente.
Claro que, fazendo parte de uma geração de mulheres criadas para serem independentes, também achei que não encaixava-me propriamente nos padrões desejados para casar. Sorte a minha ter encontrado um homem que pensava mais ou menos como eu - ou eu como ele!
Do texto da Ruth Manus que li - A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer - e do que sou hoje, concluo que está enganado quem pensa que a independência é inconciliável com a vida conjugal e os filhos. A verdade é que, um dia, pode acontecer a qualquer uma de nós acordar e sentir-se demasiado só em meio a tanta independência; não falta-nos nada mas faltaria à vida um sentido maior do que reuniões e telemóveis a tocar - e isto não significa renunciar ao que somos. A verdade é que mudamos... ou amadurecemos... como preferirem. Focamo-nos em outros objetivos antes impensáveis. E o amor, junto com os filhos, vêm para nos ensinar que tudo é negociável, que tudo é relativo, que as prioridades mudam ou deixam de ter a importância que antes tinham ou, ainda, que somos capazes de mais. Portanto, não tenham medo! Mas se sentirem-se confortáveis, podem dizer que mulheres independentes também acumulam funções de "mulher de família" ou quiçá reformam-se! Só mais uma coisinha: é mentira que não somos frágeis.
Fui uma mulher parecida com a Ruth Manus, de certo modo fui programada para ser independente. E, em tempos, já me orgulhei muito disto! Tenho hoje uma caixa cheia de sapatos de saltos muito altos, guardada. Já não são "funcionais" e dificultam-me a vida, quando não dão-me jeito se tenho de levar uma das crianças ao colo. É verdade que o marido às vezes solta uma de suas críticas pretensiosamente engraçadas, daquelas do género: "- Tás sempre com os calcanhares no chão..."; mas eu acho mesmo é que tenho os pés fincados no chão, sei onde o calo me dói.
Depois, tem aquela questão do "próprio dinheiro", que rapidamente passa a ser o "dinheiro da família". Ainda assim, há de sobrar algum para as necessidades básicas de uma mulher... a bem da família.
Também não ensinaram-me a cozinhar. Aprendi, ainda hoje aprendo. Sou adepta da "cozinha fácil e rápida" mas quando quero (preciso!) vou ao Google e saco receitas básicas, experimento e fico satisfeita. Além de impressões sobre assuntos e artigos científicos, troco com amigas receitas de culinária. E vem dando certo.
Do que tenho mesmo pena é de não ter aprendido com a minha mãe a costurar (dava-me muito jeito nas festas das crianças!); no entanto sei pregar botões e fazer pequenos remendos, o que já não é mal.
No mais, aprendi a trocar fraldas como ninguém, da mesma forma como aprendi sozinha a conduzir assim que comprei o meu primeiro carro (sei que a ordem não deveria ser essa mas eu era uma jovem de 24 anos independente demais!); sou capaz de lavar um carro se me apetecer e sei exatamente distinguir materiais de limpeza. Continuo a não gostar de ganhar eletrodomésticos de presente de aniversário e de ser questionada sobre o que faço com as horas do meu dia. Contudo, licenciei-me, empreguei-me, pós-graduei-me, viajei, tirei o mestrado, despedi-me e casei-me (as duas decisões mais difíceis da minha vida). Como seria expectável, recomecei. Hoje, enquanto vejo as minhas filhas crescerem, tiro o doutoramento. Diria: resquícios de "uma mulher que voa", criada para "encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão". Sobre isto, conservo os amigos (masculinos e do género) de antes, angario novos amigos e nunca nenhum deles desconsiderou a minha condição de "mulher casada". Bom que se diga que liberdade, amor e respeito combinam-se perfeitamente.
Claro que, fazendo parte de uma geração de mulheres criadas para serem independentes, também achei que não encaixava-me propriamente nos padrões desejados para casar. Sorte a minha ter encontrado um homem que pensava mais ou menos como eu - ou eu como ele!
Do texto da Ruth Manus que li - A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer - e do que sou hoje, concluo que está enganado quem pensa que a independência é inconciliável com a vida conjugal e os filhos. A verdade é que, um dia, pode acontecer a qualquer uma de nós acordar e sentir-se demasiado só em meio a tanta independência; não falta-nos nada mas faltaria à vida um sentido maior do que reuniões e telemóveis a tocar - e isto não significa renunciar ao que somos. A verdade é que mudamos... ou amadurecemos... como preferirem. Focamo-nos em outros objetivos antes impensáveis. E o amor, junto com os filhos, vêm para nos ensinar que tudo é negociável, que tudo é relativo, que as prioridades mudam ou deixam de ter a importância que antes tinham ou, ainda, que somos capazes de mais. Portanto, não tenham medo! Mas se sentirem-se confortáveis, podem dizer que mulheres independentes também acumulam funções de "mulher de família" ou quiçá reformam-se! Só mais uma coisinha: é mentira que não somos frágeis.
"O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?" (trecho transcrito do texto da Ruth Manus, ao qual me refiro).
Internet |
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Força, Portugal!
Foto: Estúdios J.A.Santos |
Os primeiros portugueses que lá chegaram desembarcaram, em 1500, na terra a que chamaram de Porto Seguro e na região que viria a ser o Estado da Bahia. Mais tarde, a cidade de Salvador - fundada como São Salvador da Bahia de Todos os Santos - foi construída para ser a capital da América Lusitana e, de facto, foi a primeira capital do Brasil Colônia.
Coincidência ou não, quis o destino que a estreia da seleção portuguesa no Mundial do Brasil se desse hoje em Salvador. Passados mais de 500 anos, encontrará um povo festivo, de sorriso largo, descontraído, com grande influência cultural indígena, lusitana e africana, na medida exata da sua beleza. Encontrará uma terra ensolarada e húmida, acolhedora e feliz. Encontrará um misticismo contagiante, que faz a gente acreditar que a cidade é mesmo abençoada por todos os santos e orixás.
Portanto, Portugal, com o meu lado brasileiro dou-te as boas vindas à minha terra; com o meu lado português, torço hoje por ti, com os pés do lado de cá e olhos virados para lá. Força Portugal!
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Mundial do Brasil, Mundial dos Brasis!
Foto: Estúdios J.A.Santos |
Começa hoje o Mundial do Brasil. Quero dizer: Mundial dos Brasis. Na verdade, temos muitos Brasis, de muitas partes do mundo, dentro de um Brasil só! Temos Brasis que sorriem e Brasis que sofrem; Brasis que festejam e Brasis vencidos; Brasis que partem e Brasis que ficam. Temos, ainda, Brasis que regressam e Brasis que acolhem. Temos Brasis de muitas cores e de cor nenhuma; um Brasil que, de tanta diversidade, tornou-se único. Temos Brasis que mandam e Brasis que acatam; Brasis de favelas e também de Copacabanas. Temos um Brasil gigante com sonho de ser equânime. E que sonho!
Foi sobre isto que estive a pensar. Estive, até hoje, a acompanhar daqui de longe todas as manifestações populares, notícias e comentários, uns mais otimistas e entusiasmados, outros mais inflamados. Mas não cheguei a perceber muito bem de que novidade se falava. E senti, por vezes, uma pontada de tristeza! Vi a minha pátria tão cheia de contrastes, tão cheia de pessoas tão desiguais, de índoles e ídolos tão diferentes! Vi um Brasil dividido.
Achei que não devia comentar, apesar de ter a minha opinião. Mas hoje é diferente. Hoje veio ao de cima uma alegria genuína, certa de que tudo vai correr lindamente e vai ser um grande Mundial. Porque é assim que somos. No final das contas, resta-nos um povo unido, acolhedor e festivo, como numa grande família de pessoas sempre às turras mas que se querem bem.
E é com este espírito que quero sentir daqui de Portugal o Mundial do Brasil. Vou torcer para que seja um Mundial de todas as nações, unidas à volta de uma única e gigante nação: uma nação de muitas bandas, muitas línguas, mas sobretudo, uma nação mais fraterna, mais humana e mais justa. Vamos todos juntos torcer por isto.
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Recordar Camões
Celebra-se a 10 de Junho o Dia de Camões e de Portugal. É o dia em que assinala-se a morte de Luís Vaz de Camões (1580), o poeta lusitano mais famoso de sempre. Muitos não compreendem a razão pela qual a data se mantém como feriado nacional, bem como as comemorações oficiais que este ano foram marcadas pelo discurso interrompido por uma ligeira indisposição do Presidente da República, Cavaco Silva.
Mas a data serve, acima de tudo, para recordar um dos maiores e mais importantes poetas da literatura portuguesa, escritor de Os Lusíadas, o longo épico que retrata episódios da história de Portugal. Mas há também os líricos sonetos, dentre os quais o Soneto 11, incansavelmente recitado e musicado como se vê na versão dos arranjos da banda brasileira Legião Urbana. Chamou-lhe Monte Castelo, o local onde a Força Expedicionária Brasileira (FEB) ganhou a sua primeira batalha durante a Segunda Guerra Mundial, em alusão a um ato de desamor da humanidade e antagonicamente à mensagem da letra. Sublime!
"Soneto 11
Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís de Camões)"
"Monte Castelo, Legião Urbana"
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Mafalda: a menina fez 50 anos
Muitos de nós tínhamos acabado de nascer quando a Mafalda deixou de povoar o mundo e os papéis do seu criador. A personagem, criada em 1964 pelo cartunista argentino Quino (Joaquín Salvador Lavado Tejón), de 82 anos, e que há 41 deixou de desenha-la (1973), completou 50 anos a encantar crianças e adultos pelo mundo afora. Quino divide a vida entre Buenos Aires e Madrid e quando é questionado sobre a razão que lhe levou a deixar tão cedo de conceber a Mafalda, explica: "(...) estava cansado de fazer sempre a mesma coisa." "A decisão passou até por áreas conjugais, porque minha mulher estava chateada de não saber se podíamos ir ao cinema, convidar pessoas para jantar, porque eu ficava até as dez da noite com as tiras. Além disso, era muito difícil não repetir." (Veja). Mas a criatura, uma menina contestadora e precoce para a sua idade de pouco mais de seis anos, teima em abandonar o seu criador e tem-lhe rendido inúmeros prêmios, inclusive o reconhecimento pelo seu trabalho em defesa dos direitos humanos. Quino recusa-se em acreditar que a menina ultrapasse as fronteiras da história; por outro lado, está ciente dos ideais que perpetuam a Mafalda:
Não há como, em plena consciência, sentir-se indiferente aos comentários da Mafalda. A Mafalda é uma menina intrigante, que não compreende o mundo dos adultos, odeia sopa, adora os Beatles e o desenho do Pica-Pau. Além disso, a Mafalda preocupa-se com a humanidade e a paz mundial, questiona-se sobre problemas políticos, científicos e de gênero que, passadas mais de quatro décadas, continuam atuais e a exigir a sua constante reedição. Conclusão: a Mafalda não envelhece e o mundo tudo indica que não evolui.
"Concordo, relendo minha própria obra me dou conta que tratei de temas que 40 anos depois seguem atuais. Não consigo entender. O mundo repete sempre os mesmos erros, é incrível" (O Globo).
quinta-feira, 5 de junho de 2014
O falso moralismo: "Faz o que eu digo mas não faças o que eu faço" (Esqueletos de recém-nascidos e crianças são encontrados em convento da Irlanda)
A Irlanda é um país de forte tradição católica e que tem uma das leis abortivas mais restritivas, contrariando a tendência do resto da Europa. Desde 2013, a interrupção da gestação só é permitida na Irlanda em caso de risco de morte para a mãe, inclusive de suicídio, o que gerou muita polémica. A lei irlandesa não autoriza o aborto em caso de violência sexual nem anomalia fetal, gerando severas críticas por parte dos tribunais comunitários. Mas todos os anos milhares de mulheres saem da Irlanda para a Inglaterra ou para o País de Gales para fazerem um aborto, o que pode levar a Irlanda a ter de explicar-se na Comissão dos Direitos Humanos da ONU. Em 2010, a Corte Europeia dos Direitos Humanos condenou a Irlanda a pagar 15 mil euros de indemnização a uma grávida com um tipo de cancro raro por proibi-la de interromper a gestação, seja por colocar a sua vida em risco ou por a continuação do tratamento poder prejudicar o feto. Em 2012, uma mulher morreu na sequência de um aborto espontâneo em razão dos médicos irlandeses terem se recusado a interromper a gestação apesar do risco de morte. É, de facto, um assunto controverso mas que não soluciona um problema real: quem tem dinheiro, recorre a uma clínica privada ou sai do país; quem não tem faz um aborto clandestino, as complicações custam mais aos cofres públicos quando não levam à morte da mulher. Parece-me que não aceitar a prática do aborto não nos legitima a decidir pelos outros. E agora, o que dirão deste achado?
As freiras do convento de Tuam durante os anos 50. Foto: Internet. |
quarta-feira, 4 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
Quarenta e tal...
Hoje faço anos. Mais um. Beeem, quarenta e tal! Quarenta e tal já faz alguma moça mas é quase indelével. A garotada de vinte e poucos anos que a gente viu criança, hoje na faculdade, trata a gente por "tia"... exige algum respeito! Quarenta e tal é um tantiiiiinho mais que quarenta e é relevante. Com quarenta e tal a gente nem é jovem, nem é velho; está ali no intermédio. É como ser o filho do meio, às vezes é indefinido. Há quem, nesta idade, sinta uma sofreguidão pela vida, uma ânsia de viver tudo o que falta; a mim, aconteceu-me o inverso. Quero viver lentamente, saborear o instante como quem aprecia um bom prato, um bom vinho, o pôr do sol. Não tenho pressa! E também sinto, com a mesma calma, que posso alterar a vida toda outra vez. Vejam só: cheguei no estágio em que me aceito e me gosto, em que me entendo e me defino e, embora sinta que morrerei com os meus traços, também não me parece que tenha o direito de traçar os outros. Mas mudaria a vida, se preciso fosse! Gosto de olhar para trás e sentir que estou onde projetei; gosto de estar onde estou, tal como gosto de saber que mudaria tudo de lugar se a vida assim me obrigasse. É paradoxal. Se calhar, uma coisa alteraria: tiraria mais a mão do travão. Mas por outro lado, vejam se compreendem esta paródia: no grupo de amigos que saem em diversão, há um responsável por conduzir o veículo, aquele que em consciência abstém-se do álcool e retorna os amigos à casa. A vida pode ser imensamente divertida mas há aqueles que são só passageiros e há os outros: os que conduzem. É só uma questão de perspetiva, de situar-se em um dos dois lados. Enfim, a mim calhou-me a chave do carro. Vamos lá nos divertir mas sem esquecer a regra: "Se beber, não conduza"... ou vice-versa.
E olhem só o doodle que o google deixou para mim. Tão lindo! :D
E olhem só o doodle que o google deixou para mim. Tão lindo! :D
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Zoo de Lisboa
Hoje a minha caçulinha foi conhecer o Jardim Zoológico de Lisboa, no seu primeiro passeio com os amigos da Escola. Como não é nada dada a mudanças, preparei-lhe com antecedência e entusiasmo. Claro que despertou um qualquer sentimento de alegria pela nova experiência da mana, e de tristeza, por não poder acompanha-la, arrancando um suspiro melancólico da Malu:
"- Tens mesmo muita sorte, Eva!"
Aproveito para lembrar que o Zoo de Lisboa celebrou em Maio 130 anos desde a sua criação (1884) e tem recebido vários prémios "'por se ter adaptado às necessidades dos animais, alterando e renovando as instalações' dos mais de 2000 animais de 320 espécies que ali habitam".
Nós também tivemos o nosso dia! :)